Todos contra Fátima: Primeiro debate entre candidatos ao Governo foi marcado por acusações e falta de propostas

Por Rogerio Magno em 08/08/2022 às 17:58:43
Primeiro debate televisivo entre candidatos ao Governo do Estado é marcado por acusações dos quatro candidatos à governadora Fátima Bezerra - Foto: Elias Medeiros

Primeiro debate televisivo entre candidatos ao Governo do Estado é marcado por acusações dos quatro candidatos à governadora Fátima Bezerra - Foto: Elias Medeiros

Mais do mesmo. O primeiro debate entre cinco candidatos ao Governo do Rio Grande do Norte foi frio e previsível. Quatro candidatos fizeram o já esperado: se "uniram" para atacar a governadora Fátima Bezerra (PT), que é a atual gestora do Estado e busca à reeleição no pleito de outubro. Apesar dos ataques e críticas recebidas à sua gestão, a petista, que foi bem assessorada para o debate televisivo exibido pela Band, parecia tranquila e se saiu bem na maioria das respostas, mesmo tendo que rebater os concorrentes que buscaram expor as fragilidades do seu governo.

Usando o fato de a governadora Fátima ser pedagoga de formação, o senador Styvenson Valentim (Podemos), iniciou seus questionamentos sobre Educação. Durante a sabatina à governadora, ele criticou o fato do Rio Grande do Norte ser lanterninha no IDEB e ser vice-campeão na evasão escolar, além da falta de estrutura de algumas escolas que não contam com água potável nem esgoto. A governadora petista se defendeu esclarecendo que a Educação do país como um todo sofreu durante a pandemia e garantindo que o Estado potiguar é o único a pagar o piso salarial integral do Magistério. Ela ainda criticou o discurso do senador, a quem chamou de demagogo.

Às críticas de Fábio Dantas (Solidariedade), Fátima Bezerra rebateu dizendo que o candidato foi ao debate para "fazer politicagem" e, sobre a união com os Alves – Walter, Garibaldi e Carlos Eduardo, a petista afirmou que Fábio estava com "dor de cotovelo porque não conseguiu levar estes partidos para fazer aliança". "A primeira coisa que você deveria fazer junto com Robinson [Faria] era pedir desculpa aos servidores. Como é que vocês deixam os servidores três anos sem calendário de pagamento?", rebateu a governadora, afirmando que a dívida era de R$ 1 bilhão apenas com os servidores.

A petista aproveitou vários momentos do debate para lembrar ao público espectador que Fábio Dantas foi o vice-governador da gestão Robinson Faria, seu antecessor. O candidato do Solidariedade, por sua vez, reforçou que foi vice da referida gestão, mas que não chegou a governar o Estado "um só dia". A afirmação do ex-vice foi desmentida logo depois pelas redes sociais, quando internautas relembraram que Fábio Dantas assumiu a cadeira de governador durante uma viagem de Robinson à China, que durou de 20 de fevereiro a 3 de março de 2017.

Fábio Dantas criticou a gestão da governadora Fátima na Segurança, o que também foi dito pelo Senador Styvenson. "O meu governo não vai gostar de bandido e vai ter policiais nas ruas. A segurança pessoal da senhora tem mais policiais do que o Batalhão de Assu. Não vamos governar para sindicatos", afirmou o candidato do Solidariedade em trechos do debate. Fátima Bezerra se defendeu dizendo que, enquanto o governo do qual Fábio Dantas fez parte como vice-governador, não nomeou ninguém para a área da Segurança, ela efetivou mais de 1300 policiais militares.

O candidato ao Governo pelo PSOL, Danniel Morais, também atacou a governadora e fez críticas a Fábio Dantas e Styvenson, ao dizer que o primeiro nada fez para rescindir o contrato com a Arena das Dunas e lembrou que o senador do Podemos retirou a assinatura da CPI do MEC. "Retirei a assinatura porque não queria outro circo e outra palhaçada como foi a CPI do Covid. CPI no Brasil não dá praticamente em nada", disse o candidato Capitão da Polícia.

Enquanto Danniel Morais e Fátima Bezerra fizeram questão de chamar o presidente Jair Bolsonaro de negacionista, a candidata Clorisa Linhares (PMB) – que afirma ser bolsonarista – fez o possível para "levantar" a bola do chefe do Executivo Federal. Ela citou os recursos enviados pela gestão de Bolsonaro para os estados, inclusive, para o Rio Grande do Norte, a compra de vacinas e afirmou defender os mesmos valores que ele, incluindo a família, a fé e o patriotismo. Falando em fé, a candidata do Partido da Mulher Brasileira terminou as suas considerações finais rezando um Pai Nosso, gesto criticado por jornalistas e por "analistas" das redes sociais, pois a oração não "cabia" em um momento como o de um debate.

E se, de um lado, Fábio Dantas, evitou a todo custo falar no nome do presidente Bolsonaro – a quem já declarou voto e a quem o seu atual "grupo" defende –, a governadora Fátima fez questão de citar o nome do ex-presidente Lula em quase todas as suas falas.

No encerramento do debate, o senador Styvenson aproveitou o tempo das considerações finais para reafirmar o que já havia dito antes mesmo de confirmar a candidatura. Não usará tempo de TV nem fundo eleitoral. "Não é propaganda eleitoral, é dinheiro seu. Não vou usar fundo eleitoral. Os únicos gastos que vou ter são os essenciais com advogado e contabilidade, pagos com meu bolso", disse o candidato do Podemos.

Fonte: Novo Notícias

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