O Rio Grande do Norte tem 92 casos confirmados de monkeypox, popularmente conhecida como varĂola dos macacos. De acordo com os dados mais recentes do boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de SaĂșde PĂșblica (Sesap), disponibilizado nesta terça-feira 4, o estado tem ainda 52 casos suspeitos da doença, além de 10 casos provĂĄveis.
Entre os casos confirmados, 74 infectados são homens, e 18 são mulheres. Ainda de acordo com o boletim, a faixa etĂĄria que concentra a maioria dos casos de monkeypox é entre 30 e 39 anos. Os casos confirmados estão distribuĂdos nos seguintes municĂpios: Caicó (2); Doutor Severiano (1); Equador (1); EspĂrito Santo (1); Extremoz (3); Goianinha (1); JandaĂra (2); Mossoró (3); Natal (57); Parelhas (2); Parnamirim (15); São Gonçalo do Amarante (3) e Serra Negra do Norte (1).
TrĂȘs unidades de saĂșde são apontadas como referĂȘncia para casos suspeitos e confirmados: o Hospital Giselda Trigueiro, em Natal, o Hospital Rafael Fernandes, em Mossoró, e o Hospital Maria Alice Fernandes, também na capital potiguar, só que voltado ao pĂșblico pediĂĄtrico.
Nesta segunda 3, a Secretaria de SaĂșde do Rio de Janeiro (SES-RJ) confirmou a segunda morte de um paciente infectado pela varĂola dos macacos no estado em decorrĂȘncia da doença. A vĂtima é um homem de 31 anos que estava internado hĂĄ mais de um mĂȘs na capital fluminense. O homem apresentava baixa imunidade e comorbidades que agravaram o quadro da doença. Ele foi tratado com o medicamento experimental tecovirimat, o que resultou em melhora parcial das lesões, mas, no sĂĄbado 1Âș, sofreu parada respiratória e morreu.
Até então, havia apenas duas mortes registradas em todo o Brasil: uma em Minas Gerais e uma no Rio de Janeiro. Em todo o mundo, foram reportados mais de 68 mil casos e 32 mortes. Em julho deste ano, a Organização Mundial da SaĂșde (OMS) declarou a varĂola dos macacos emergĂȘncia de saĂșde pĂșblica de interesse internacional.
Vacinas são eficientes, mas ainda não hĂĄ previsão para campanha
Conhecida internacionalmente como monkeypox, a varĂola dos macacos é endĂȘmica em regiões da África e se tornou uma preocupação sanitĂĄria devido à disseminação para diversos paĂses desde maio. A doença é causada por um poxvĂrus do subgrupo orthopoxvĂrus, assim como ocorre por outras doenças como a cowpox e a varĂola humana, erradicada no Brasil em 1980 após campanhas massivas de vacinação.
A varĂola dos macacos foi descrita pela primeira vez em 1958. Na época, também se observava o acometimento de macacos, que morriam. Vem daĂ o nome da doença. No entanto, no ciclo de transmissão, os macacos são vĂtimas como os humanos. Na natureza, roedores silvestres provavelmente representam o reservatório animal do vĂrus.
Entre pessoas, a transmissão ocorre por contato direto, como beijo ou abraço, ou por feridas infecciosas, crostas ou fluidos corporais, além de secreções respiratórias. O sintoma mais caracterĂstico é a formação de erupções e nódulos dolorosos na pele. Além dessas lesões, podem ocorrer febre, calafrios, dores de cabeça, dores musculares e fraqueza.
Embora o Ăndice de letalidade seja baixo e as defesas do próprio organismo geralmente sejam capazes de combater e eliminar o vĂrus, hĂĄ risco de agravamento, principalmente para pessoas imunossuprimidas com HIV/aids, transplantados, pessoas com doenças autoimunes, gestantes, lactantes, crianças com menos de 8 anos de idade e pacientes com leucemia, linfoma ou metĂĄstase. Como prevenção, a pessoa acometida deve ficar isolada até que todas as feridas tenham cicatrizado. Também é recomendado evitar contato com qualquer material que tenha sido usado pelo infectado.
Fonte: Portal Agora RN