RN registra aumento de 78% em casos de importunação sexual

Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostram que o RN teve quase 500 notificações no ano passado. Nos primeiros sete meses de 2023, os procedimentos de assédio sexual na Justiça do Trabalho superam os dos últimos dois anos

Por Rogerio Magno em 24/07/2023 às 19:36:08
Foto: Freepik

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Em um ano, os casos de importunação sexual registrados no Rio Grande Do Norte aumentaram 78,4%, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgados no último dia 20. Em números absolutos, o estado potiguar registrou 253 casos do referido crime no ano de 2021 e, no ano seguinte, 453. Já no Brasil, foram quase 20 mil casos em 2021, enquanto que, em 2022, este número passou para 27.530.

Em relação ao assédio sexual, os números são mais tímidos e os motivos para isso podem ser inúmeros. No país, foram 5.202 casos notificados em 2021 e 6.114 em 2022. Já no RN, 90 e 97, respectivamente. Mas, e qual a diferença entre o assédio e a importunação sexual?

De acordo com o artigo 216-A do Código Penal, assédio sexual é o crime praticado por um sujeito que se encontra em posição de superior hierárquico, no exercício profissional, que se prevalece dessa condição para constranger a vítima, que está em posição inferior, com a finalidade de obter vantagem ou favorecimento sexual. Já a importunação sexual(art.215-A do Código Penal) é a conduta mais semelhante ao popular assédio, porque o agressor não utiliza de violência, mas pratica ato libidinoso contra vítima para satisfazer seu desejo sexual.

Se nos casos de violência contra a mulher, muitas temem denunciar porque o agressor normalmente está dentro de casa, em muitos casos de assédio, o temor é a perda do emprego. Dados do Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Norte (MPT/RN) mostram que os números dos procedimentos autuados com os temas de assédio moral e assédio sexual nos últimos cinco anos, em ambiente trabalhista, vem aumentando.

Quanto ao assédio moral, o MPT registrou 150 procedimentos abertos em 2021. Já no ano seguinte, esse número passou para 183 e, agora em 2023, já são 165 casos até 18 de julho. Já em relação ao assédio sexual, os números de2023, em apenas sete meses, são maiores que os de 2021 e em 2022, quando foram nove procedimentos autuados em cada ano, respectivamente. Já em 2023, já são 13.

A delegada Helena de Paula, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Natal -Zonas Leste, Oeste e Sul (DEAM/ZLOS), explica que o sentimento de impotência" por parte da vítima é comum, mas que é preciso denunciar. "O medo de perder o emprego ou ser prejudicada, de algum modo, profissionalmente, num ambiente em que o agressor ocupa uma posição hierárquica, é o que reduz a capacidade da vítima em oferecer resistência. O agressor se prevalece disso e se utiliza da relação de poder para acuar a vítima e submetê-la àquele constrangimento. A vítima, por sua vez, se sente impotente diante do assédio que está sofrendo e teme ser desacreditada ao reportar aquela conduta. É importante que, ao primeiro sinal de uma conduta inapropriada, comentário sobre a vida íntima ou sobre o corpo da vítima, a vítima leve ao conhecimento das autoridades, para fazer cessar a conduta e punir o agressor. Sabemos que denunciar não é uma decisão fácil para a vítima, mas o quanto antes for denunciado, a violência poderá ser cessada e a integridade física e psicológica da vítima protegida", pontua a delegada.

Fonte: Novo Notícias

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