Ajuda humanitária começa a entrar em Gaza a partir do Egito

Novos capítulos nos conflitos entre Israel e Palestina

Por Rogerio Magno em 22/10/2023 às 11:37:20
Caminhões com mantimentos chegam no lado palestino da fronteira com o Egito © Fornecido por IstoÉ

Caminhões com mantimentos chegam no lado palestino da fronteira com o Egito © Fornecido por IstoÉ

Um novo capítulo sem precedentes do conflito entre Israel e o grupo fundamentalista islâmico Hamas foi iniciado em 7 de outubro, quando terroristas do braço militar do movimento palestino perpetraram ataques e atrocidades contra a população israelense, massacrando mais de 1.400 pessoas e sequestrando mais de uma centena.

Em resposta à ofensiva do Hamas, Israel declarou guerra ao grupo no dia seguinte: intensos e incessantes bombardeios israelenses contra a Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas desde 2007, já mataram 3.785 pessoas, a maioria civis, sendo mais de 1.500 crianças e mais de 1.000 mulheres, segundo autoridades locais.

Até a entrada dos primeiros caminhões com ajuda humanitária pela passagem de fronteira com o Egito, forças israelenses implementaram um "cerco total" ao enclave palestino, gerando escassez de água, comida, energia e combustível. A medida e os bombardeios israelenses levaram a uma "catástrofe humanitária sem precedentes" em Gaza, segundo descreveu a ONU.

Acompanhe os principais acontecimentos do conflito entre Israel e o Hamas:

Biden compara Hamas a Putin

Israel ordena evacuação de cidade na fronteira com o Líbano

Egito culpa Israel de impedir envio de ajuda a Gaza

Hamas liberta duas reféns americanas

Lula classifica Hamas como terrorista e critica reação de Israel

Ajuda humanitária começa a entrar em Gaza

Ajuda humanitária começa a entrar em Gaza a partir do Egito

A passagem de fronteira de Rafah, que liga o norte da Península do Sinai à Faixa de Gaza, abriu suas portas neste sábado (21/10) para permitir a entrada de remessas de ajuda humanitária ao enclave palestino, informaram agências de notícias.

Mais de 200 caminhões que transportavam aproximadamente 3 mil toneladas de ajuda humanitária estão estacionados há dias perto da passagem, esperando poderem seguir para Gaza.

Após o ataque de 7 de outubro do grupo terrorista Hamas, Israel bloqueou o território e lançou ondas de bombardeios.

Os 2,3 milhões de palestinos de Gaza, metade dos quais fugiram das suas casas, estão racionando comida e bebendo água suja. Hospitais dizem que são ficando sem suprimentos médicos e combustível para geradores de emergência em meio a um apagão de energia em todo o território.

A abertura da fronteira ocorreu depois de mais de uma semana de diplomacia de alto nível com ajuda de vários mediadores, incluindo visitas à região do presidente dos EUA, Joe Biden, e do secretário-geral da ONU, António Guterres.

A mídia egípcia disse que apenas 20 caminhões cruzaram para Gaza neste sábado.

A abertura ocorreu horas depois que o Hamas libertou uma mulher americana e sua filha adolescente, as primeiras reféns a serem libertadas depois do ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro.

O Hamas libertou Judith Raanan e sua filha de 17 anos, Natalie,

na sexta-feira pelo que considerou serem razões humanitárias num acordo com o Catar, uma nação do Golfo Pérsico que muitas vezes serviu como mediadora no Oriente Médio.

md (AFP, AP, Reuters)

Secretário de Estado dos EUA confirma libertação das reféns pelo Hamas

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, confirmou a libertação de duas reféns americanas pelo Hamas e disse compartilhar do alívio de seus familiares, mas ressaltou que os terroristas ainda mantém outros cidadãos americanos sob seu poder em Gaza.

"Ainda há 10 outros americanos que continuam desaparecidos em meio a este conflito. Sabemos que alguns deles estão sendo mantidos como reféns pelo Hamas, juntamente com um total estimado de 200 reféns retidos em Gaza", disse o secretário.

Blinken exigiu que todos os reféns sejam "libertados imediatamente de maneira incondicional" e disse que ele e o presidente dos EUA, Joe Biden, trabalham para tentar assegurar a libertação dos sequestrados e trazê-los de volta para casa.

As duas reféns americanas foram identificadas como Judith e Natalie Raanan de Chicago.

A mãe, Judith, estaria em más condições de saúde, o que explicaria as razões humanitárias citadas pelo Hamas para sua libertação.

rc (AFP, AP)

Hamas liberta duas reféns americanas em Gaza

O braço armado do Hamas afirmou nesta sexta-feira que foram libertadas duas reféns americanas após uma intermediação feita pelo Catar. Elas estavam entre as cerca de 200 pessoas que são mantidas sob poder do grupo terrorista desde os ataques de 7 de outubro a Israel.

"Em resposta aos esforços cataris, as Brigadas Al-Qassam libertaram duas cidadãs americanas (mãe e filha) por razões humanitárias", disse o Hamas em postagem no Telegram. O grupo islamista não detalhou como ocorreu a libertação.

Autoridades israelenses e americanas não confirmaram de imediato a libertação das duas reféns. A emissora israelense Channel 13 News disse que o governo de Israel teria confirmado, mas não forneceu detalhes.

Segundo o jornal Jerusalem Post, as duas reféns americanas teriam sido entregues à Cruz Vermelha. A publicação as identificou como Judith e Natalie Raanan de Chicago, nos EUA.

A mãe, Judith, estaria em más condições de saúde, o que explicaria as razões humanitárias citadas pelo Hamas para sua libertação.

Um porta-voz do Hamas disse que a libertação das duas reféns visa enviar uma mensagem ao presidente dos EUA, Joe Biden, que apoia de maneira enfática o lado israelense no conflito. Segundo afirmou, o gesto visa "provar para o povo americano e para o mundo que as alegações feitas por Biden e seu governo fascista são falsas e sem base".

O Hamas disse ter feito em torno de 200 reféns nos ataques, e que outros 50 estariam sob poder de outros grupos jihadistas. Mais de 20 pessoas sequestradas teriam morrido durante os bombardeios israelenses na Faixa de Gaza.

Militares israelenses disseram em nota nesta sexta-feira que a maioria das pessoas sequestradas está viva. "Há também cadáveres que foram levados […] até a Faixa de Gaza", dizia o comunicado. Segundo Israel, mais de 20 reféns seriam menores de idade, sendo que entre 10 e 20 teriam mais de 60 anos.

O número de pessoas desaparecidas desde o ataque é de entre 100 e 200, disseram os militares.

rc (Reuters, AP)

Lula classifica Hamas como terrorista e critica reação de Israel

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Hamas cometeu um ato de terrorismo em seu ataque em 7 de outubro em solo israelense e considerou que Israel reagiu de "forma insana" ao promover bombardeios contínuos à Faixa de Gaza.

Em sua primeira aparição pública desde que realizou cirurgias no quadril e nas pálpebras, Lula lamentou o grande número de crianças mortas no conflito Israel-Hamas. O pronunciamento em videoconferência marcou o dia em que o programa Bolsa Família completa duas décadas desde a sua criação.

Em sua fala, Lula pela primeira vez usou o termo "terrorismo" para descrever as ações do Hamas. O presidente, que evita manifestar apoio a qualquer um dos lados no conflito, vinha sendo criticado por não se referir ao grupo palestino como uma organização terrorista.

"Hoje quando o programa completa 20 anos, fico lembrando que 1,5 mil crianças já morreram na Faixa de Gaza; que não pediram para o Hamas fazer ato de loucura que fez, de terrorismo, atacando Israel, mas também não pediram que Israel reagisse de forma insana e os matasse. Exatamente aqueles que não têm nada a ver com a guerra, que só querem viver, brincar, que não tiveram direito de ser crianças", disse Lula.

"Não é possível tanta irracionalidade, tanta insanidade, que as pessoas façam uma guerra tendo em conta que as pessoas que estão morrendo são mulheres, pessoas idosas, crianças", lamentou.

rc (ots)

Egito culpa Israel de impedir envio de ajuda a Gaza

O Ministério do Exterior do Egito acusou os órgãos de imprensa ocidentais de atribuírem falsamente ao país a responsabilidade pelo fechamento da fronteira com a Faixa de Gaza.

Em nota divulgada através da plataforma X, o porta-voz do Ministério disse que a culpa pelo fato de a passagem permanecer fechada deve ser direcionada a Israel por realizar ataques à cidade fronteiriça de Rafah e se recusar a liberar o acesso ao enclave.

O porta-voz também acusou Israel de sugerir que o Egito estaria impedindo a passagem dos estrangeiros em Gaza através do posto de fronteira. "A travessia de Rafah está aberta e o Egito não é responsável pela obstrução da saída dos cidadãos de países terceiros", afirmou.

Autoridades egípcias disseram diversas vezes que não fecharam a fronteira, mas que ela não estaria funcionando devido a danos causados por bombardeios israelenses.

Entre os estrangeiros estão 28 brasileiros que aguardam para deixar Gaza através do Egito e embarcar em um voo de volta ao Brasil.

rc (AP)

No Egito, secretário-geral da ONU visita passagem de Rafah

O secretário-geral da ONU, António Guterres, visitou nesta sexta-feira (20/10) o lado egípcio da passagem de Rafah – o único acesso à Faixa de Gaza que não está sob controle de Israel – para instar o avanço da missão humanitária de ajuda ao território palestino sitiado.

Até o momento, nenhuma ajuda humanitária chegou à Faixa de Gaza, e inúmeros caminhões, que trazem alimentos, medicamentos e outros tipos de ajuda, esperam em Rafah para entrar no enclave palestino. Ainda não se sabe quando a passagem dos caminhões será liberada.

Guterres pediu o cumprimento das condições para que a ajuda comece a entrar em Gaza o mais rápido possível. O acordo alcançado para levar ajuda a Gaza continua frágil, com Israel solicitando garantias de que os suprimentos serão entregues apenas a civis.

Pouco antes, o secretário-geral adjunto das Nações Unidas para Assuntos Humanitários e coordenador da Ajuda de Emergência, Martin Griffiths, afirmou que a ajuda humanitária internacional não deve chegar à Faixa de Gaza antes de sábado.

"Estamos em negociações extensas e avançadas com todas as partes envolvidas para garantir que uma operação de ajuda a Gaza comece o mais rápido possível", disse Griffiths.

Griffiths e Guterres estão no Egito para negociar os detalhes da entrada, especialmente com as autoridades egípcias.

Israel indicou que aceita a entrada de ajuda estritamente humanitária na Faixa de Gaza, mas ainda não respondeu ao pedido urgente da ONU e de ONGs para permitir também a entrada de combustível para os geradores de hospitais ou empresas de dessalinização e padarias.

cn (DW, Lusa)

Israel ordena evacuação de cidade na fronteira com o Líbano

O Ministério da Defesa de Israel ordenou nesta sexta-feira (20/10) a evacuação da cidade Quriate-Chemoná, localizada próxima à fronteira do país com o Líbano. Segundo a pasta, os residentes da cidade serão alojados em pensões subsidiadas pelo Estado.

Localizada a cerca de dois quilômetros da fronteira, Quriate-Chemoná possui aproximadamente 20 mil habitantes.

A decisão de evacuar a cidade ocorre após combatentes do Hisbolá aumentarem os ataques com foguetes no norte de Israel. Segundo autoridades israelenses, uma explosão em Quriate-Chemoná na quinta deixou ao menos três feridos.

cn (DW)

Alemanha anuncia 50 milhões de euros para civis em Gaza

A ministra do Exterior da Alemanha, Annalena Baerbock, anunciou nesta quarta-feira (19/10) um pacote de 50 milhões de euros em auxílio para civis na Faixa de Gaza. Berlim também se prepara para enviar equipes médicas para o território palestino, que está sitiado por Israel há quase duas semanas.

Baerbock anunciou o novo pacote de ajuda na primeira parada de sua viagem pela região, na Jordânia. De lá, a ministra segue para Israel e Líbano. Segundo ela, o objetivo da viagem é expressar "solidariedade inabalável" com Israel e ajudar a garantir aos palestinos um acesso seguro à ajuda.

"Nossa mensagem é clara. Não vamos abandonar as mães, pais e crianças palestinas inocentes", destacou a ministra durante uma coletiva de imprensa em Amã.

Ela reiterou ainda o apoio a Israel, destacando que o país tem "o direito de se defender contra o terror do Hamas" e acusou o grupo radical islâmico de usar os sequestrados como "escudos humanos" na guerra.

cn (DW)

Biden compara Hamas a Putin

Em discurso transmitido em rede nacional do Salão Oval da Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expôs nesta quinta-feira (19/10) seus argumentos para pedir ao Congresso mais apoio financeiro tanto à luta de Israel contra o grupo radical islâmico Hamas, quanto à defesa da Ucrânia perante a invasão ordenada pelo presidente russo Vladimir Putin.

Biden prometeu que não deixará "terroristas como o Hamas e tiranos como Putin vencerem", pois, caso se permita que a agressão internacional continue, "conflito e caos poderão se alastrar por outras partes do mundo".

"O Hamas e Putin representam ameaças diferentes, mas eles têm isto em comum: ambos querem aniquilar completamente uma democracia vizinha", acrescentou o político democrata, que nesta sexta-feira (20/10) apresentará ao Legislativo o requerimento de um pacote de ajuda de emergência no valor de 100 bilhões de dólares (R$ 506 bilhões).

Segundo fontes de imprensa, grande parte do financiamento se destina aos esforços militares ucranianos contra a Rússia, enquanto outra parte contempla o combate israelense ao Hamas e a defesa da região indo-pacífica. "É um investimento inteligente, que renderá dividendos para a segurança americana por gerações", assegurou o mandatário de 80 anos

Biden ressaltou ainda que a vitória de Israel e da Ucrânia são vitais "para a segurança nacional" dos EUA.

Biden aproveitou a ocasião para condenar o atual incremento dos crimes de ódio, face à situação especialmente volátil no Oriente Médio: "Rejeitamos todos os tipos de ódio", seja contra judeus ou muçulmanos, frisou. Ele disse ainda que os EUA também estão comprometidos com o povo palestino.

"Os palestinos inocentes querem apenas viver em paz e ter dignidade. O Hamas não representa o povo palestino", destacou no discurso de 15 minutos e reforçou ainda a necessidade de uma solução de dois Estados para o conflito.

Na quinta-feira, o presidente americano visitou Tel Aviv, onde encontrou-se com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, reiterando o comprometimento americano com a segurança israelense e enfatizando a necessidade de garantir a assistência humanitária aos civis da Faixa de Gaza.

Durante a visita, Biden assegurou ainda a cooperação entre Israel e o Egito para permitir a entrada de ajuda em Gaza, e prometeu 100 milhões de dólares de auxílio para esse território palestino.

av/cn (DW,AFP)

Secretário-geral da ONU pede "cessar-fogo humanitário imediato"

O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou em visita ao Egito nesta quinta-feira (19/10) que Gaza precisa do envio de ajuda humanitária contínua e em grande escala.

"Precisamos de comida, água, medicamentos e combustíveis já. Precisamos em grande escala, e de modo contínuo. Não necessitamos de somente uma operação pequena", criticou, referindo-se ao envio de 20 caminhões anunciado para esta sexta-feira.

Guterres pediu um "cessar-fogo humanitário imediato". "Em termos claros, isso significa que as organizações humanitárias precisam estar aptas a enviar ajuda, que necessita ser distribuída de modo seguro", observou.

Ele também pediu a libertação dos reféns que estão sob poder do Hamas desde os ataques terroristas de 7 de outubro, perpetrados pelo grupo fundamentalista islâmico e que deixaram mais de 1.400 mortos. Até agora, o conflito do Hamas com Israel, que operou ataques retaliatórios de declarou guerra à organização, já vitimou mais de 3.700 pessoas, a maioria civis.

Famílias de reféns alemães pedem ajuda a Berlim

Em reunião com a presidente do Bundestag (Parlamento alemão), Bärbel Bas, familiares dos reféns alemães que estão em poder do Hamas pediram que o governo faça mais para garantir o retorno seguro dessas pessoas, alertando que o tempo está se esgotando.

"Conversamos sobre o fato de que esperamos que a Alemanha não apenas permaneça ao lado de Israel, mas também do nosso lado, para agir ativamente e assumir um papel nessa guerra", disse Roni Roman, parente de dois dos reféns.

Ela pediu que a Alemanha forneça de imediato ajuda humanitária para assegurar que as pessoas sequestradas possam receber cuidados médicos. "É preciso que a Alemanha aja com rapidez. Nosso tempo está se esgotando", afirmou. "Sabemos que temos membros de nossas famílias que foram sequestrados, mas faz semanas que não sabemos como eles estão."

Roman ressaltou a necessidade de as famílias receberem sinais de vida dos reféns e do retorno imediato deles à Alemanha.

Militares israelenses afirmam que 203 pessoas foram sequestradas pelo Hamas e levadas para a Faixa de Gaza durante os ataques terroristas a Israel no dia 7 de outubro.

O Ministério do Exterior da Alemanha confirmou haver oito reféns alemães no enclave palestino e estimou que o total de cidadãos sequestrados seria de "um pequeno número de dois dígitos".

Assim como a União Europeia (UE) e os Estados Unidos, a Alemanha também considera o Hamas uma organização terrorista.

Ministro israelense diz que soldados logo verão Gaza "de dentro"

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou a soldados israelenses reunidos na fronteira da Faixa de Gaza que em breve eles verão o território palestino "de dentro", segundo informou um comunicado de seu gabinete nesta quinta-feira (19/10).

"Vocês veem Gaza agora à distância, mas logo vão vê-la de dentro. A ordem virá", disse Gallant, citado na nota. O ministro teria pedido aos soldados que "se organizem e estejam prontos".

A declaração sugere que uma prometida invasão terrestre de Gaza pode estar próxima, embora o gabinete de Gallant não tenha deixado claro quando ela vai ocorrer. O ministro também disse que a batalha será longa e difícil.

Logo após a declaração de Gallant, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, publicou um vídeo em que aparece ao lado de soldados perto da fronteira, prometendo vitória.

Israel reuniu dezenas de milhares de tropas ao longo da fronteira com o enclave palestino após um sangrento massacre perpetrado pelo grupo fundamentalista islâmico Hamas em 7 de outubro, que matou mais de 1.400 pessoas em território israelense.

Já a ofensiva de retaliação das forças de Israel, que por enquanto conta com incessantes ataques aéreos a Gaza, já deixou ao menos 3.785 mortos, a maioria civis, sendo mais de 1.500 crianças e mais de 1.000 mulheres, segundo autoridades locais.

EUA e Egito fazem acordo para ajuda restrita a Gaza

Ajuda humanitária restrita deverá começar a fluir para a Faixa de Gaza a partir desta sexta-feira (20/10), informaram fontes da Casa Branca. No momento, há mais de 200 caminhões, com cerca de 3 mil toneladas de artigos humanitários posicionados próximo à passagem de Rafah, no Egito.

Na quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, comunicara o fechamento de um acordo com seu homologo egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, para permitir que um primeiro grupo de 20 caminhões começasse com as entregas.

O acerto foi divulgado ao fim da breve visita do democrata americano a Israel, em demonstração de solidariedade e visando dispersar as tensões regionais. Biden advertiu, porém, que a ajuda "vai acabar", caso o grupo islamita palestino Hamas a confisque. Segundo o ministro egípcio do Exterior, Sameh Shoukry, os suprimentos entrarão no território palestino sob supervisão das Nações Unidas.

O gabinete do premiê israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu que seu país "não impedirá" as entregas, se forem restritas aos civis do sul de Gaza e não acabarem nas mãos dos membros do grupo terrorista palestino Hamas. O comunicado não mencionava o abastecimento de combustível, urgentemente necessário para os geradores elétricos dos hospitais.

Em seguida aos atentados de 7 de outubro em território israelense pelo grupo Hamas – classificado como terrorista pelos EUA e a União Europeia, entre outros –, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, anunciou um "cerco total" à Faixa de Gaza, suspendendo todo o abastecimento de alimentos, combustível e outros bens, e precipitando a população local numa crise humanitária.

Ligando o extremo sul de Gaza à Península do Sinal, Rafah é única conexão desse território palestino com o Egito. Cairo a tem mantido fechada desde que foi atingida por bombardeios israelenses em retaliação aos ataques-surpresa do Hamas.

Em Israel, premiê britânico Sunak adverte contra escalada de violência

Em visita de solidariedade a Tel-Aviv, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, classificou nesta quinta-feira (19/10) o ataque lançado pelo grupo islamita palestino Hamas em solo israelense em 7 de outubro como um "ato de terrorismo inominável".

"Estou em Israel, uma nação de luto. Eu pranteio com vocês e me posiciono com vocês contra o mal que é o terrorismo. Hoje e sempre", escreveu na rede social X (ex-Twitter), acrescentando a palavra "solidariedade" em hebraico.

À chegada ao aeroporto Ben Gurion, na capital, acompanhado por seu ministro do Exterior, James Cleverly, Sunak denunciou como "um ato de terrorismo horrível e inominável" o ataque do grupo terrorista Hamas contra Israel. Segundo dados oficiais, nos últimos 11 dias mais de 1.400 foram mortos no país, a maioria civis, e 199, sequestrados e levados como reféns para a Faixa de Gaza.

Em retaliação, Israel tem bombardeado Gaza, controlada pelo Hamas, no Território Ocupado da Palestina, resultando em quase 3.500 mortos, a maioria civis palestinos, de acordo com as autoridades locais.

Sunak referiu-se à explosão da terça-feira no Hospital Al-Ahli, em Gaza, com centenas de mortos, de autoria ainda não esclarecida, como "um momento divisor de águas para os líderes da região e de todo o mundo, para se unir e evitar uma maior escalada perigosa do conflito", e prometeu que o Reino Unido estará "na linha de frente desse esforço".

O primeiro-ministro britânico tem encontro programado com seu homólogo, Benjamin Netanyahu, e o presidente israelense, Isaac Herzog. Antes, visitaram o país o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, na terça-feira, e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na quarta-feira. Da agenda de Sunak constam ainda visitas ao Egito, Turquia e Catar "nos próximos dias", informou Downing Street.

Policiais feridos em manifestações pró-palestinas em Berlim

Na madrugada desta quinta-feira (19/10) voltaram a ocorrer no bairro berlinense de Neukölln choques violentos entre a polícia e manifestantes pró-palestinos. Estes incendiaram diversos carros e um caminhão, e ergueram barricadas de fogo, além de atirar garrafas e pedras e lançar fogos de artifício contra os agentes de segurança, que responderam com força, inclusive empregando um canhão d"água.

Segundo dados da polícia, 65 agentes ficaram feridos e houve 174 detenções. O protesto foi convocado pelo grupo de esquerda Berliner Linksradikale e por associações pró-palestinas, entre as quais a Samidoun, que glorifica os massacres de 7 de outubro em Israel, perpetrados pelo grupo radical islâmico Hamas.

Na véspera, já houvera choques semelhantes no mesmo bairro do sul de Berlim e no Portão de Brandemburgo, no centro. No começo da noite de quinta-feira, a polícia registrou aglomerações significativas diante do Ministério do Exterior, que acabaram se dispersando. Distúrbios relacionados à situação no Oriente Médio ocorreram nesta quinta-feira também nas cidades alemãs de Frankfurt e Hamburgo.

No contexto do conflito violento no Oriente Médio, o governo alemão proibiu manifestações a favor do Hamas e contra Israel. No entanto essa determinação tem sido repetidamente ignorada.

Fonte: Isto É

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