Investimentos em energia solar no RN superaram os R$ 625 milhões em 2023

Por Rogerio Magno em 21/01/2024 às 08:02:43
Investimento massivo resultou em um aumento de 46,9% na potência instalada acumulada no Estado - Foto: Alex Régis

Investimento massivo resultou em um aumento de 46,9% na potência instalada acumulada no Estado - Foto: Alex Régis

Líder absoluto na geração de energia eólica no País, o Rio Grande do Norte também tem se destacado e se consolidado nacionalmente como um dos principais geradores de energia solar. Em 2023, os investimentos na área superaram a cifra dos R$ 625 milhões. Em 2022, outros R$ 800 milhões já tinham sido investidos, em um ritmo aquecido de aportes que ultrapassam a casa das centenas de milhões desde 2019, conforme levantamento do Observatório da Energia Solar, da Associação Potiguar de Energias Renováveis (Aper). Estimativa é de que setor gere cerca de 5 mil empregos atualmente.

De acordo com José Maria Vilar, que participou da elaboração do estudo, o Estado vive um bom momento, de estabilização em um patamar elevado, mas, ainda assim, mantendo a perspectiva positiva de futuros investimentos. "O setor passou por um grande "boom" em anos recentes e parece estar caminhando no sentido de uma estabilização, com crescimento mais moderado, embora haja ainda um amplo mercado potencial a ser explorado", aponta o especialista, que também é vice-presidente da Aper

Ainda segundo Vilar, o Rio Grande do Norte tem um grande potencial para gerar ainda mais empregos. Ele estima que aproximadamente 5 mil pessoas estejam empregadas diretamente no segmento. "Utilizando-se dados da consultoria Greener e da quantidade de CNPJs já atendidos diretamente pelo Sebrae/RN a empresas do setor, estima-se que estejam operando no RN cerca de 500 empresas integradoras, vendendo e instalando equipamentos em todas as regiões do estado. Considerando uma média de 10 empregos/empresa, estarão sendo gerados no RN cerca de 5 mil empregos, ligados diretamente à atividade", diz.

Ele acredita que há espaço para o Estado crescer cerca de 10% em 2024 em comparação com o ano passado. "Com a continuidade na queda da Taxa Selic e o seu reflexo sobre os juros dos financiamentos, esperamos uma elevação nas vendas em cerca de 10% para o ano de 2024. A queda verificada no preço dos equipamentos, associada a uma provável retomada dos financiamentos em ritmo mais forte, além do elevado nível de satisfação por parte de quem já utiliza a energia solar, deverão assegurar a continuidade do crescimento do setor", analisa.

Potência aumenta 46%
O investimento massivo resultou em um aumento de 46,9% na potência instalada acumulada no Estado, que passou de 381.774 kW em 2022 para 560.513 kW no ano passado, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Com isso, o Rio Grande do Norte atinge a 7ª posição no ranking nacional de geração de energia eólica, atrás apenas de Minas Gerais, Bahia, Piauí, Pernambuco, Ceará e São Paulo. Para José Maria Vilar o resultado é considerado positivo.

"O RN vem se mantendo bem posicionado em relação ao restante do país. Levando-se em consideração a potência total já instalada até 2023 em relação a 2022, o RN cresceu 48,2%; o Nordeste, 51%; e o Brasil, 39,6%. A potência instalada no RN representa 2,2% da potência instalada no Brasil e 10,8% da potência instalada na região Nordeste, evidenciando a importância proporcional que o RN ocupa na região", considera.

Para se ter uma ideia, a potência instalada de 560.513 kW é suficiente para atender cerca de 311 mil domicílios residenciais com conta média mensal de R$ 200, número superior à quantidade de casas em Natal, que conta aproximadamente com 270.045 domicílios, de acordo com o último dado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/2022). No RN, Natal lidera a potência instalada (112.287 kW); seguida por Mossoró (85.453 kW); Parnamirim (52.633 kW); Caicó (20.898 kW); e São Gonçalo do Amarante (9.817 kW).

Natal, Parnamirim e Mossoró concentram 50% das conexões

No Rio Grande do Norte, os dez principais municípios em potência instalada respondem por 65,9% da quantidade de conexões e 60,6% da potência instalada. Somente Natal, Mossoró e Parnamirim equivalem a 50,4% das conexões – incluindo todas as categorias – ativas em 2023. O ritmo de avanço tem aumentado, diz o vice-presidente da Aper. José Maria Vilar, mas ainda está aquém do potencial potiguar. A expectativa é de quem o Estado possa crescer nesse quesito em 2024.

"A quantidade de conexões tem avançado em ritmo bem maior do que aquele que era inicialmente previsto há poucos anos. Mesmo assim, há ainda um grande potencial de crescimento, pois a quantidade de conexões já instalada no estado representa apenas 4,9% da quantidade total de domicílios", avalia. E complementa: "Com esse aumento de atratividade, cuja expectativa é de que permaneça, já é observada uma retomada gradual na velocidade de aprovação e instalação de novos projetos, tanto residenciais quanto empresariais".

A potência acumulada instalada no Estado corresponde a 56.405 sistemas conectados à rede no Rio Grande do Norte, um crescimento de 67,4% em comparação com 2022. A maior parte é residencial com 45.869 conexões (81,3%); depois vem os sistemas comerciais, com 8.231 conexões (14,6%); rural, com 1.781 (3,2%); industrial, com 334 (0,6%), e poder público, com 188 (0,3%).

De acordo com Vilar, a expectativa é de que o número de sistemas conectados à rede aumente em 2024 por causa de uma queda no preço médio dos equipamentos. "Com esse aumento de atratividade, cuja expectativa é de que permaneça, já é observada uma retomada gradual na velocidade de aprovação e instalação de novos projetos, tanto residenciais quanto empresariais", aponta.

Fonte: Tribuna do Norte

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