Comunicador angicano Val Costa representará Angicos como Delegado na 4ª Conferência Nacional de Cultura em Brasília

Por Rogerio Magno em 29/02/2024 às 21:08:07
Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

O Comunicador angicano estará participando como Delegado de 4 a 8 de março da IV Conferência Nacional de Cultura, em Brasília. È uma escolha merecida de um rapaz simples, mas com um talento nato e muita disponibilidade de fazer o melhor pela cultura do nosso município.

O desafio central da IV Conferência Nacional de Cultura é não esquecer tal cenário, colocar-se em sintonia fina com ele, e ser capaz de instalar a democracia no centro de seus debates e de suas deliberações. O tema da Conferência, 'Democracia e Direito à Cultura', pode ajudar a dar centralidade à democracia, mas em muitas conferências municipais, setoriais e estaduais nem sempre foi o que aconteceu. Nelas, prevaleceu a discussão mais corporativa das temáticas inerentes ao campo cultural com suas justas demandas. Em tais conferências se notou a preocupante desatenção das conexões entre cultura e democracia, em seu horizonte mais ampliado.

Articular as demandas político-culturais específicas e a questão democrática é essencial para o sucesso da conferência; do imprescindível desafio de dar centralidade à cultura no contexto brasileiro atual e mesmo da própria vigência atualizada da democracia em terras brasileiras. Uma conferência apenas voltada para as justas demandas do campo cultural, por mais importante que elas sejam, não vai estar em sintonia viva como a necessidade mais urgente do Brasil hoje: a afirmação, consolidação e aprofundamento da democracia e a superação das variadas modalidades de autoritarismos, que ferem a história e que persistem em nossa atualidade, servindo de alicerce: às forças neofascistas, às violências físicas e simbólicas; e às atitudes de incivilidade, que assolam o país.

Não se pode perder a oportunidade ímpar na história de dar centralidade à cultura. Hoje, como nunca, o orçamento da cultura teve aumento substantivo, ainda que não o ideal, mas muito acima de qualquer outro momento da vida nacional. Somem-se a isso as amplas verbas advindas de outras áreas. Recentemente, a Petrobras disponibilizou os maiores recursos de sua história para a cultura. Tal contexto, com todas suas potencialidades, fez emergir o desafio atual de construir a centralidade da cultura na sociedade e no Estado. Diversos caminhos, nada fáceis e simples, existem para alcançar tais objetivos. Um deles, reconhecer a cultura como fator de desenvolvimento e buscar tecer sua centralidade na sociedade e no Estado em diálogo com sua dimensão econômica, com todas as possibilidades e perigos da alternativa. Sem cultura não há plenitude de desenvolvimento na sociedade. Outro itinerário, que conforma a centralidade da cultura na sociedade e no Estado, deriva do seu reconhecimento como componente essencial para a construção democrática, por meio da produção e/ou da difusão de bens simbólicos, que alimentem culturas e valores democráticos. Sem cultura não há democracia em seu sentido mais pleno.

A cultura não é automaticamente emancipadora, como se pode imaginar de modo apressado ou como, muitas vezes, se auto iludem os próprios fazedores de cultura. A cultura é e sempre foi um campo de disputas, goste-se ou não disso. Os traumáticos anos recentes e a "guerra cultural" vigente demonstram cabalmente que a cultura não está fora do mundo, com seus cantos, encantos e desencantos. Assim, cabe distinguir culturas democráticas das autoritárias e antever como será possível à cultura ser profeta da democracia.

A IV Conferência Nacional de Cultura como encontro, vivo e vital, de todos os agentes culturais democráticos, no qual todas as tribos culturais convivem, festejam e se reencantam, tem obrigação de religar democracia e cultura, mas também de reanimar o campo cultural como imprescindível agente político-cultural para o aprofundamento e a consolidação das culturas democráticas no Brasil e no mundo. A Conferência, em sua potência, reunindo Estado, sociedade, comunidades e agentes culturais de toda nação tem o dever de dar rumos alvissareiros para a cultura, a sociedade e o mundo, em uma atualidade tão plena de riscos e possibilidades.

Fonte: Portal teoria e debate

Comunicar erro
Rede Ideal 1

Comentários

Telecab