Automedicação pode agravar quadro da dengue; Saiba o que não pode tomar

Para casos leves, recomendação médica é o uso de dipirona ou paracetamol

Por Rogerio Magno em 05/03/2024 às 09:54:44
Médico Igor Queiroz diz que medicamentos podem aumentar risco de sangramento - Foto: reprodução

Médico Igor Queiroz diz que medicamentos podem aumentar risco de sangramento - Foto: reprodução

Diante do desconforto com os sintomas da dengue, como febre, dor no corpo, dor atrás dos olhos e até sangramento, pessoas acometidas com a doença recorrem a medicamentos de venda livre, ou seja, cujo acesso não requer receita médica, em busca de algum alívio. A prática, no entanto, pode agravar o quadro do doente, se o remédio for contraindicado para casos de dengue ou a dosagem seja superior ao recomendado.

Para pessoas em quadro febril e com suspeita de infecção pela doença, a recomendação médica é o uso de medicamentos para conter os sintomas mais leves, como paracetamol ou dipirona. Respeitando as alergias, a dosagem máxima de 3 gramas de paracetamol e a frequência de aplicação. "A automedicação em caso de dente deve ser evitada, mas a medicação sintomática pode ser tomada com segurança. Dipirona e paracetamol a cada 6 horas são seguros e podem controlar os sintomas da dengue", explicou o médico.

Febre alta, dor de cabeça, dor nos olhos, náusea e dor muscular são alguns dos sinais mais comuns da doença.Segundo Igor Queiroz, a maioria dos casos de dengue são acompanhados de poucos sintomas e podem ser tratadosem casa, desde que o paciente mantenha-se bem hidratado e faça uso moderado das medicações. "Nem todo mundo precisa ir para uma unidade de saúde. Deve-se hidratar bastante, bebendo por volta de 60 ml de líquido por quilo corporal, água, chá, suco, água de coco, soro caseiro", explicou o infectologista. Uma pessoa com 80 kg, por exemplo, deve beber 4800 ml, o que corresponde a 4,8 l de líquido por dia.

Pessoas enquadradas em grupos de risco, como gestantes, idosos, imunodeprimidos, cardiopatas e pneumopatas, no entanto, devem procurar atendimento médico assim que os primeiros sintomas de dengue aparecerem, pois estão mais suscetíveis ao desenvolvimento de fases mais graves da doença.
"Dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, sangramentos de mucosa, intestinal ou genital, pressão baixa, tontura ao se levantar, pele fria e pegajosa, são sinais de que há descompensação da dengue, evoluindo para um quadro mais grave", enumerou Igor Queiroz. Sintomas como esses acionam o sinal de alerta e qualquer pessoa que tenha um ou mais desses sintomas deve procurar atendimento médico imediatamente.

Com 700 casos notificados, Natal decreta estado de emergência

O município de Natal registrou 692 casos de arboviroses (doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como dengue, zika e chikungunya) entre janeiro e fevereiro, dos quais 90% são ocorrências de dengue, conforme dados divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que desenhou ainda o perfil epidemiológico das arboviroses. Dentre os 692 casos notificados, 655, ou seja 90,2% eram casos prováveis de dengue, chikungunya, 8,1% e 1,7% de Zika. Diante disso, o prefeito Álvaro Dias (Republicanos) decretou situação de emergência em saúde no último sábado 2.

"Esse decreto é necessário porque nós constatamos mais de 700 casos de dengue em Natal, com uma tendência de aumento por três semanas seguidas, o que configura uma epidemia. Vamos estabelecer as metas, as prioridades, as formas de enfrentamento a essa epidemia de dengue, que é uma doença grave. Precisamos tomar todas as medidas necessárias para nos proteger e para isso precisamos contar com todo o povo de Natal", disse o prefeito, destacando que o decreto nº 13.024, publicado no Diário Oficial do Município, tem prazo de 90 dias, podendo ser prorrogado conforme a necessidade.

Bairros como Pajuçara, Lagoa Azul, Redinha, Nossa Senhora da Apresentação, Igapó, Felipe Camarão, Nazaré, Cidade da Esperança, Rocas, Tirol e Planalto são os mais afetados pela proliferação do mosquito. E, conforme a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), de 70% a 75% dos focos hoje estão dentro das residências, tornando essencial a contribuição da comunidade contra o Aedes. E, nos cerca de 30 mil domicílios visitados em Natal este ano, foram identificados 35 mil focos do mosquito, em depósitos que poderiam ser evitados, como garrafas e depósitos plásticos reutilizáveis.

"Este é um trabalho que deve ser feito em parceria do poder público com a população, com medidas como: manter caixas d"água, galões, toneis, poços e tambores vedados; bandejas de geladeira e ar-condicionado sem água; pneus sem água e em locais cobertos; garrafas vazias e baldes virados para baixo; ralos limpos e com telas; vasos sanitários sem uso fechados; piscinas e fontes sempre tratadas; quintal sem lixo ou entulho; calhas totalmente limpas; além de ser recomendável eliminar os pratos dos vasos de plantas", alertou o secretário de saúde, George Antunes.

Fonte: Portal Agora RN

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