Enem registra 55,3% de abstenção no segundo dia de provas e bate recorde de faltas

Por Rogério Magno em 25/01/2021 às 05:36:06

Com base em dados ainda preliminares, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais AnĂ­sio Teixeira) informou neste domingo (24) que o segundo dia do Enem registrou 55,3% de abstenção. Um recorde no histórico do exame. O Ă­ndice superou o observado no primeiro dia do exame, no domingo (17), quando havia sido registrada a marca de 51,5%.

Os nĂșmeros foram apresentados pelo presidente do instituto, Alexandre Lopes, em coletiva à imprensa. Segundo ele, 2,4 milhões de inscritos compareceram para fazer as provas de CiĂȘncias da Natureza e MatemĂĄtica, contra um total superior a 3 milhões de ausentes. "Foi mais do que a gente estava esperando", afirmou. Ele, no entanto, defendeu a realização do Enem. "O Inep não pode parar", disse.

Questionado sobre a aplicação do exame em meio ao agravamento da pandemia da Covid-19, Lopes afirmou que, para os mais de 2 milhões de inscritos que compareceram às provas nos dois domingos, foi uma decisão importante. "VocĂȘ tem que perguntar a eles. Tivemos milhões de pessoas interessadas em fazer o Enem. Prepararam-se, foram ao local das provas, fizeram as provas", disse o presidente do Inep. "E, porque o fizeram, vão poder concorrer às vagas do Sisu no primeiro semestre de 2021."

O Sisu é o Sistema de Seleção Unificada do Ministério da Educação, que usa as notas do Enem para ingresso em instituições de ensino superior pĂșblicas.

Também presente à coletiva, delegado Cleo Mazzotti, da PolĂ­cia Federal, afirmou que o Enem foi realizado sem incidentes, seja no aspecto da segurança ou quanto à lisura do exame

De acordo com Lopes, os inscritos que se sentiram prejudicados por incidentes logĂ­sticos durante a aplicação dos exames nos dois dias de provas poderão solicitar a reaplicação. Ele encorajou os inscritos que não fizeram as provas a fazer a solicitação.

O pedido deverĂĄ ser feito pela pĂĄgina do participante a partir de meio-dia desta segunda-feira (25) até a sexta-feira (29). Os casos, frisa o instituto, serão avaliados individualmente. A reaplicação estĂĄ prevista para os dias 23 e 24 de fevereiro.

Em relação ao Amazonas, frisou o presidente do Inep, os inscritos não precisam fazer o pedido de reaplicação. Ela serĂĄ feita para todos os candidatos. Por enquanto, segundo Lopes, as datas estão mantidas. O mesmo ocorre para 13,7 mil inscritos que comunicaram ausĂȘncia nos dois domingos de aplicação do exame em razão de terem contraĂ­do doenças infectocontagiosas, incluindo a Covid-19.

A realização do exame no momento em que a pandemia do novo coronavĂ­rus se agravou foi criticada por diferentes setores da sociedade, mas o governo decidiu mantĂȘ-lo.

Mais cedo neste domingo, em São Paulo, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse que foi correto prever a alta abstenção para organizar as salas. "Se houve esse pensamento, de que a abstenção seria de pelo menos 30%, então estĂĄvamos certos porque ela foi de 51%", afirmou ele. "Temos que ver o outro lado também, e não estou querendo defender ninguém, mas imagine, se tivéssemos contratado tudo [nĂșmero de salas suficiente], o valor de dinheiro pĂșblico que haverĂ­amos de usar."

O titular da Educação acompanhou a entrada dos candidatos que foram fazer o segundo dia de provas do Enem neste domingo. Ele escolheu visitar a escola estadual Cesar Martinez, em Moema, bairro nobre de São Paulo. Segundo ele, pela gestão "séria e responsĂĄvel" do dinheiro pĂșblico foi correto ter contado com a alta abstenção para organizar os locais de prova, ou seja, sem ampliação suficiente do nĂșmero de salas para garantir que todas só tivessem 50% de candidatos.

"Gastamos mais de R$ 700 milhões do Tesouro para a aplicação do Enem neste ano. Imagine se não tivesse feito uma mĂ­nima previsão [de abstenção] aĂ­ as coisas ficariam mais difĂ­ceis", disse o ministro.

FOLHAPRESS

Fonte: Blog do BG

Tags:   Educação
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