Cientistas usam tecnologia inovadora para filmar lulas gigantes

Por Rogerio Magno em 28/04/2021 às 06:52:19

Apesar de seu tamanho avantajado e longos e sinuosos tentáculos, as lulas gigantes vivem em profundidades de mais de 400m, onde a luz solar quase não chega. Para conseguir se adaptar a essa escuridão, os moluscos desenvolveram olhos que podem atingir 30cm de diâmetro, os maiores do mundo animal, com sensibilidade o suficiente para enxergar mesmo com uma luz muito fraca.

Cientistas usaram um simulacro de água-viva para atrair as lulas. Crédito: Ocean Research & Conservation Association

Com olhos deste tamanho, esses animais, que são bastante ariscos, conseguem detectar submarinos e câmeras subaquáticas para se esconder deles. Para conseguir projetar uma câmera que não fosse vista pela lula gigante, a equipe coordenada por Edith Widder usou luzes vermelhas bem fracas no lugar das luzes brancas brilhantes usadas na maioria dos dispositivos. 

As lulas não conseguem enxergar a luz vermelha, o que fez dessas câmeras praticamente invisíveis para esses moluscos. 

A isca

Além de se camuflar, os pesquisadores também precisaram atrair os gigantes e também usaram sua excelente visão para isso. Apesar de evitarem a luz branca, as lulas costumam caçar animais com a habilidade de produzir luz própria. Então, a equipe de Widder decidiu criar a e-Jelly, uma imitação de água-viva com uma série de neons azuis. 

A combinação das luzes vermelhas com a e-Jelly foi fundamental para filmar as lulas gigantes pela primeira vez. As imagens foram captadas em águas profundas na costa do Japão e dos Estados Unidos, além de outras imagens de animais bem menores, com cerca de 1m de comprimento, mas não menos interessantes, que foram flagrados no Caribe.

Imagens de lulas gigantes em seu habitat, a 400m de profundidade. Crédito: Ocean Research & Conservation Association

Essa tecnologia inovadora para captação de imagens em águas muito profundas pode ser ainda mais desenvolvida e ajudar biólogos marinhos a filmarem espécies que vivam no mais profundo dos mares. Isso é importante para conseguir detalhar melhor o comportamento dessas espécies e como elas evoluíram para habitarem ambientes tão inóspitos.

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Além disso, os pesquisadores acreditam que poderão aferir como espécies de águas profundas estão reagindo às mudanças ocasionadas pelas mudanças climáticas. Um exemplo disso é a própria lula gigante, um animal que desconhecemos a forma como se adapta ao aquecimento das águas e à poluição marinha. 

Com informações do Phys.org 

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Fonte: Olhar Digital

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