Grupo de sete parlamentares entra com ação no STF contra

Por Rogério Magno em 17/07/2021 às 11:36:16

Foto: AgĂȘncia Senado

Sete parlamentares entraram hoje com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar anular as votações ocorridas ontem, no âmbito da LDO (Lei de Diretrizes OrçamentĂĄrias) de 2022, e proibir o aumento no fundo eleitoral — chamado de "fundão" — de R$ 1,7 bilhões (2018) para R$ 5,7 bilhões.

O mandado de segurança é assinado pelos deputados federais Adriana Ventura (Novo-SP), Daniel Coelho (Cidadania-PE), Felipe Rigoni (PSB-ES), Tabata Amaral (PDT-SP), Tiago Mitraud (Novo-MG) e Vinicius Poit (Novo-SP), além do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

Eles argumentam que a forma com que o reajuste no fundo eleitoral foi inserido na votação não seguiu o que determina a lei, uma vez que "não houve atendimento a um prazo razoĂĄvel de deliberação quanto a uma mudança tão impactante".

"Ora, como 594 pessoas [513 deputados e 81 senadores] conseguem analisar, discutir e votar, em um Ășnico dia, 2.663 emendas parlamentares?! É simplesmente impossĂ­vel. É uma ficção para fingir que se fez cumprir a Constituição. (?) Como haveria uma deliberação sobre um aumento de bilhões de reais no orçamento voltado para o fundo eleitoral entre tantas pessoas em apenas um dia?", questionam.

No presente caso, como foi amplamente noticiado pela imprensa nacional, as minorias parlamentares não foram ouvidas. (?) Era impossĂ­vel haver qualquer deliberação e debate sobre um tema tão caro. Desta forma, houve uma violação direta ao princĂ­pio democrĂĄtico, o qual deve ser resguardado dentro da função contramajoritĂĄria do Supremo Tribunal Federal", diz trecho da ação ajuizada no STF

Os parlamentares reforçam que, se as regras procedimentais tivessem sido respeitadas, o aumento no fundo eleitoral seria uma medida "ruim", mas não ilegal. Mas, em um momento de crise causada pela pandemia de covid-19, a mĂĄ alocação de recursos pĂșblicos "foge à razoabilidade" e "gera um esvaziamento dos direitos e garantias fundamentais da população".

"Triplicar o valor do fundo eleitoral enquanto mais de 500 mil cidadãos brasileiros morreram pelo coronavĂ­rus, além de inconstitucional, é imoral e cruel", defendem. "O presente caso (?) é de sopesamento entre o aumento de verba de custeio para candidatos realizarem suas propagandas e o direito de metade da população poder comer com o mĂ­nimo de dignidade. É pelo direito à vida!"

O que é o "fundão"?

O "fundão" foi criado em 2017 para financiar as campanhas eleitorais depois que o STF proibiu as doações de empresas. O processo foi aberto pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), para quem o financiamento de campanha por pessoas jurĂ­dicas violava o principio de igualdade polĂ­tica, uma vez que pessoas com menos recursos não tinham como competir o volume de doações de empresas. A medida seria uma forma de diminuir os problemas do financiamento privado e daria maior transparĂȘncia às campanhas eleitorais.

UOL

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