Biden admite que inflação e Covid são as maiores preocupações nos EUA ao completar um ano de mandato

Por Rogerio Magno em 19/01/2022 às 19:48:39
Em entrevista coletiva, presidente disse que existe 'muita frustração e fadiga' provocadas por pandemia, mas ressaltou progressos no combate à Covid. Biden falou ainda sobre possibilidade de invasão russa à Ucrânia. Presidente americano Joe Biden durante coletiva de imprensa na Casa Branca, nesta quarta-feira (19)

KEVIN LAMARQUE / REUTERS

Em uma entrevista coletiva marcando seu primeiro ano como presidente dos Estados Unidos, Joe Biden admitiu nesta quarta-feira (19) os dois problemas que mais preocupam os cidadãos de seu país atualmente: inflação e a epidemia de Covid que ainda parece longe de ser controlada.

“Sei que existe muita frustração e fadiga neste país. E sei o motivo, a Covid-19, a ômicron tem agora nos desafiado de uma forma que faz dela nosso novo inimigo”, reconheceu.

“No entanto, estamos em um lugar muito diferente agora. Temos as ferramentas.Vacinas. Reforços, máscaras, testes, pílulas para salvar vidas e manter empresas e escolas abertas. Setenta e cinco por cento dos adultos estão totalmente vacinados. Passamos de 90 milhões de adultos sem injeções no verão passado para 35 milhões sem injeções hoje. E estamos adicionando cerca de 9 milhões a mais de vacinas a cada semana. Vamos manter nossos esforços de vacinação porque as vacinas funcionam. Então, vacine-se, por favor. E tome seu reforço”, disse.

Biden destacou ainda que, ao assumir, os Estados Unidos tinham cerca de 2 milhões de pessoas completamente vacinadas, e hoje este número chega a mais de 210 milhões. “Foi um ano de desafios, mas também um ano de enormes progressos”, avaliou.

Joe Biden durante coletiva de imprensa concedida na Casa Branca nesta quarta-feira (19)

CHIP SOMODEVILLA / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

Economia

A inflação, que chegou a 7% - maior índice das últimas quatro décadas no país e provoca crise de desabastecimento em alguns pontos dos EUA – também foi reconhecida como um problema sério pelo presidente.

“Precisamos controlar a inflação”, disse Biden, que apontou que a estabilidade dos preços é uma responsabilidade do Fed (Sistema de Reserva Federal).

“O trabalho crítico de garantir que os preços elevados não se tornem arraigados cabe ao Fed, que tem uma tarefa dupla: pleno emprego e preços estáveis”, afirmou. “Dada a força de nossa economia e o ritmo dos recentes aumentos de preços, é apropriado... como o presidente do Fed, Powell, indicou, recalibrar o suporte que agora é necessário”.

Biden, porém, ressaltou o aspecto positivo de sua agenda econômica, a queda na taxa de desemprego.

"Criamos 6 milhões de novos empregos. Mais empregos em um ano do que em qualquer outro período anterior. O desemprego caiu. A taxa de desemprego caiu para 3,9%. A pobreza infantil caiu quase 40%", acrescentou.

Rússia e Ucrânia

Questionado se acredita realmente que Vladimir Putin irá ordenar uma invasão russa à Ucrânia, como previu na véspera, Biden disse que não sabe exatamente o nível da incursão, mas que imagina que ela acontecerá.

“Não tenho tanta certeza se ele tem certeza do que vai fazer. Meu palpite é que ele vai entrar. Ele tem que fazer alguma coisa”, disse, descrevendo Putin como um líder em busca de relevância em um mundo pós-soviético.

“Ele está tentando encontrar seu lugar no mundo entre a China e o ocidente”, afirmou.

“Ele nunca viu sanções como as que eu prometi que seriam impostas se ele entrar”, assegurou, explicando que o nível das punições dependeria do tipo de invasão. “Uma coisa é se for uma pequena incursão e tivermos que brigar sobre o que fazer ou não...”, disse.

“Mas se eles realmente fizerem o que são capazes de fazer com as forças acumuladas na fronteira, será um desastre para a Rússia se eles invadirem profundamente a Ucrânia. Nossos aliados e parceiros estão prontos para impor custos severos e danos à Rússia e à economia russa", acrescentou Biden.

Durante a coletiva, Biden também voltou a defender a forma como conduziu a retirada das tropas dos EUA do Afeganistão, em agosto do ano passado.

"Não há como sair facilmente do Afeganistão depois de 20 anos. Não é possível, não importa quando você faça isso. E não peço desculpas pelo que fiz", garantiu.

Segundo o presidente, era inviável continuar gastando tanto dinheiro em uma situação na qual era impossível ser bem sucedido, arriscando vidas de soldados norte-americanos.

"Se não tivéssemos saído, a dedução lógica é de que estaríamos colocando muito mais tropas (ali)... eu me sinto mal (sobre) o que está acontecendo como consequência da incompetência do Talibã? Sim, eu sinto", disse Biden, acrescentando que há "uma série de coisas ao redor do mundo, não podemos resolver todos os problemas. E, portanto, não vejo isso como uma questão de competência".

Fonte: G1

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