O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou nesta sexta-feira os nomes dos primeiros ministros de seu governo. Foram confirmados os nomes do ex-ministro Fernando Haddad (PT) para o comando do Ministério da Fazenda, o governador da Bahia Rui Costa (PT) para a Casa Civil, o senador eleito Flávio Dino (PSB), na Justiça e Segurança Pública, e José Múcio Monteiro, que não tem filiação partidária, na Defesa. O ex-chanceler no governo Dilma Mauro Vieira chefiará o Itamaraty.

"Preciso que algumas pessoas comecem a trabalhar para montar o governo e para que nossa estrutura comece a funcionar", disse o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no final da manhã desta sexta-feira, 9, ao anunciar parte do seu ministério. Em pronunciamento à imprensa no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição em Brasília, o presidente eleito afirmou ainda que "possivelmente" semana que vem, depois da diplomação, irá apresentar mais ministros. "Vai chegar uma hora que vão ver mais mulheres do que homens e participação de afrodescedentes", disse o petista.

Lula confirmou que o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) será o novo ministro da Fazenda. O nome do ex-prefeito ganhou ainda mais força após ele acompanhar Lula em viagem à Conferência do Clima (COP 27) no Egito e a Portugal.

Economistas do mercado preferiam alguém mais liberal a Haddad na Fazenda. Mais recentemente, ele foi substituir Lula em um evento da Febraban e, a mando do presidente eleito, passou a acompanhar a equipe econômica da transição.

Na quarta-feira, esteve reunido com representantes do Banco Mundial (Bird) e, na quinta-feira, se encontrou com Paulo Guedes no Ministério da Economia.

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), será o ministro-chefe da Casa Civil em seu governo. "Rui Costa será o meu ministro-chefe da Casa Civil", anunciou Lula. O PT tem uma espécie de "dívida" com Rui Costa, que abriu mão de disputar o Senado para manter a aliança com o PSD na Bahia. Após dois mandatos, Costa lançou o afilhado político Jerônimo Rodrigues para concorrer ao governo e apoiou a reeleição de Otto Alencar ao Senado. Os dois saíram vitoriosos.

Homem da confiança de Lula, Rui Costa, porém, é visto com reservas no PT por sua postura "pouco à esquerda", na avaliação de filiados, e favorável a discutir privatizações. A expectativa é que ele assuma uma postura essencialmente "gerencial" no Ministério responsável por acompanhar os projetos do governo.

A articulação para levar Costa à Esplanada dos Ministérios foi feita pelo senador Jaques Wagner (PT-BA), amigo pessoal do presidente eleito e padrinho político do governador da Bahia.