CPIs na Câmara esperam definição de vagas a partidos; líderes articulam indicações

Comissões para investigar ações do MST, esquema de manipulação de resultados de jogos e inconsistências contábeis das Lojas Americanas poderão acontecer simultaneamente à CPMI do 8 de janeiro

Por Rogerio Magno em 15/05/2023 às 05:33:08
REUTERS/Adriano Machado

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As três Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) da Câmara dos Deputados, que tiveram os pedidos de criação lidos, agora esperam a definição de quantas vagas nos colegiados cada partido ou bloco partidário terá direito. Enquanto isso, os líderes articulam nomes dos deputados federais a serem indicados como membros.

No final de abril, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), leu os requerimentos de criação de três CPIs: apuração da atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); do esquema de manipulação de resultados em partidas de futebol profissionais; e das inconsistências contábeis das Lojas Americanas.

A leitura era um dos primeiros passos para que comecem a funcionar efetivamente. Agora, falta uma definição pela Mesa Diretora da Câmara sobre a divisão das vagas em cada colegiado de acordo com as bancadas partidárias e dos blocos partidários.

Segundo um dos deputados interessados na criação da CPI do MST, Lira disse que tocaria esse processo após o retorno da viagem que fez à Nova York, nos Estados Unidos. O presidente da Câmara chegou nesta quinta-feira (11), então o assunto pode ganhar mais fôlego a partir dessa próxima semana.

Entre parlamentares, há quem acredite que as CPIs passem a se reunir até o final do mês.

A previsão é que os dois blocões da Casa consigam mais vagas do que os demais partidos. Um é formado por União Brasil, PP, PSDB, Cidadania, PDT, PSB, Avante, Solidariedade e Patriota. O outro é formado por MDB, PSD, Republicanos, Podemos e PSC.

Somente depois da definição é que as indicações poderão ser feitas oficialmente no sistema da Câmara. Nos bastidores, os líderes articulam quais deputados vão compor os colegiados. Após as indicações, pode ser feita a primeira reunião para começarem os trabalhos.

O deputado Felipe Carreras (PSB-PE), autor do pedido da CPI da manipulação de jogos pretende ser o relator do colegiado. Nas redes sociais, o parlamentar defendeu as apurações sobre os casos.

"Nesta semana veio à tona o que estamos prevendo há algum tempo, o afastamento de jogadores da Série A suspeitos de envolvimento com esse esquema. O futebol é uma paixão nacional, é um patrimônio do povo brasileiro. Precisamos investigar a fundo e punir todos os envolvidos!", publicou Carreras nas redes sociais.

O deputado Coronel Zucco (Republicanos-RS) pretende ser o presidente da CPI do MST. Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente do governo de Jair Bolsonaro (PL), é cotado para ser relator.

Zucco disse à reportagem acreditar que esse período desde a leitura dos pedidos de criação das CPIs serviu para os partidos conversarem entre si e o enxerga como "natural".

Ele defendeu que a intenção é promover uma CPI técnica e responsável. "Não só procurar erros, mas mostrar resultados, como buscar reforçar a legislação para trazer mais segurança ao campo."

Deputados governistas têm receio que as CPIs possam tumultuar o ambiente na Câmara e atrapalhar a votação de matérias de interesse do Planalto, como o novo marco fiscal e a reforma tributária. Lira já deu declarações no sentido de que trabalhará para que essa contaminação não aconteça.

Fonte: CNN Brasil

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