"O Nordestesse é um celeiro": Projeto fomenta o desenvolvimento da cultura nordestina

Por Rogerio Magno em 08/10/2023 às 10:59:52
Marca potiguar, Arrocho, faz parte do Nordestesse. Foto: Reprodução

Marca potiguar, Arrocho, faz parte do Nordestesse. Foto: Reprodução

Com o objetivo de impulsionar talentos, a plataforma Nordestesse, lançada em 2021, reúne empreendedores e criativos dos nove estados que compõem a região Nordeste. Essa iniciativa tem como meta principal estabelecer conexões entre artistas, órgãos de fomento e o público consumidor, abrangendo cinco principais nichos: moda, design, artes visuais, gastronomia e hotelaria.

As expressões culturais do Nordeste, incluindo o artesanato em barro, a renda de bilro, os produtos de couro tradicionais do sertão e os murais de xilogravura, estão conquistando um espaço crescente no cenário da economia criativa nacional. Estas manifestações artísticas, amplamente reconhecidas por sua presença nas feiras e ateliês ao longo do calçadão das praias, estão ganhando destaque progressivamente em todo o país.

Fundado pela renomada jornalista Daniela Falcão, com mais de 15 anos de experiência na cobertura de moda e uma passagem de quase 20 anos como editora-chefe da Vogue, o hub surgiu da observação da falta de conexões disponíveis para os empreendedores da economia criativa no Nordeste.

A essência do Nordestesse é o próprio Nordeste. Daniela é de Salvador, porém, depois de décadas no Sudeste, ela se mudou para Recife no início de 2020, deixando sua posição na revista no mesmo ano. Em um período sabático, optou por explorar novamente sua terra natal, através de uma viagem que a levou por todos os estados da região, foi então que começou a conhecer vários trabalhos de artistas locais. Daí começou a surgir a ideia do Nordestesse.

O projeto abrange um site constantemente atualizado, fornecendo notícias sobre as marcas, artistas e empreendedores em ascensão na região Nordeste. Além disso, apresenta uma seção de compras, denominada Balaio, que direciona os visitantes para os comércios eletrônicos das marcas colaboradoras.

Ainda dentro do site, é possível encontrar abas divididas pelas regiões do Nordeste e os nichos da plataforma. O editor-chefe é o jornalista potiguar, Rener Oliveira, que acompanha Daniela Falcão desde o lançamento do projeto. "Em 2021, antes do projeto ser lançado, a Dani Falcão foi impactada por um dos meus posts no Instagram, ela compartilhou e eu fiquei no radar dela.

Depois ela me contou sobre a proposta do Nordestesse e me convidou para fazer parte", contou Rener, que desde então é peça fundamental no projeto.

Durante esse período de atuação, o Nordestesse criou raízes no mundo físico, através da Casa Nordestesse, que hoje está em Salvador e São Paulo. Em outros lugares, os espaços físicos funcionam em forma de pop-up stores, que tem os objetivos de aumentar o reconhecimento e a visibilidade das marcas do que necessariamente lucrar com a venda de produtos.

Atualmente, o hub conta com mais de 100 marcas cadastradas. Para integrar essa curadoria, é fundamental que a marca, chef, designer ou artista tenha uma abordagem contemporânea, mantendo as raízes culturais do Nordeste e apelo global em seu DNA.

Rener Oliveira conta que vê o Nordestesse como uma oportunidade para as marcas. "Hoje o Nordestesse é visto como um celeiro, onde a gente consegue potencializar e valorizar as marcas para o mercado", explicou ele.

O potiguar ainda comenta sobre um dos cases de sucesso da plataforma: A Patú. Uma marca cearense que foi lançada a pouco mais de um ano e tem uma produção manual e sem pressa. O propósito da Patú é dar visibilidade ao Sertão Central. A marca, mesmo tão nova, já tem conquistado um grande espaço no cenário da moda.

Para Rener, o objetivo do hub é justamente esse: "Levar marcas que nunca imaginariam chegar tão longe por questões geográficas, por achar que só se pode crescer sendo do sul ou sudeste, por acharem que a criatividade nacional só sai dali.", completou ele.

O Nordestesse continua buscando formas de inovar e impulsionar os talentos do Nordeste, prova disso é a mais recente collab com o Instituto C&A, com o intuito de promover um projeto que selecionará 20 marcas de moda autoral para participar de mentorias, dentro disso 5 serão selecionadas para apresentar um projeto de coleção que será apresentado durante o Brasil Eco Fashion Week, além de outros prêmios.

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