Relatório da Unicef aponta que 85% das crianças do RN vivem com algum tipo de pobreza; entenda critérios

Estudo analisou privações extremas, privações intermediárias e pessoas sem privações a seis direitos básicos: renda, educação, informação, água, saneamento e moradia.

Por Rogerio Magno em 11/10/2023 às 18:54:16
Metodologia do estudo realizado pela Unicef para o apontamento da pobreza no Brasil ?- Foto: Reprodução

Metodologia do estudo realizado pela Unicef para o apontamento da pobreza no Brasil ?- Foto: Reprodução

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) aponta que 85,5% das crianças e adolescentes do Rio Grande do Norte estão em alguma dimensão de pobreza. A informação é do novo relatório "Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil", divulgado pela Unicef nesta terça-feira (10).

A pesquisa que embasa o relatório apresenta dados nacionais e também por estado. O estudo, que analisa o acesso de crianças e adolescentes a seis direitos básicos: renda, educação, informação, água, saneamento e moradia, tem por base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC) dos anos de 2016 a 2022. O relatório não foi produzido em 2020 e 2021, anos da pandemia.

Com os números, é possível identificar a diferença regional com relação à pobreza multidimensional no Brasil. Em estados do Norte e Nordeste, são maiores os índices de meninos e meninas privados de um ou mais direitos.

Os índices do relatório estão separados entre privações extremas, que apontam a falta de acesso, as privações intermediárias, que revelam baixa qualidade de acesso ao direito, e sem privações.

Nacionalmente, entre os anos de 2019 e 2022, o percentual de jovens vivendo na pobreza em suas múltiplas dimensões apresentou uma pequena redução no Brasil, saindo de 62,9% para 60,3%. Neste período, no RN, caiu de 90,4% para 85,5%.

"A pobreza na infância e adolescência vai além da renda, e precisa ser olhada em suas múltiplas dimensões. Estar fora da escola ou sem aprender, viver em moradias precárias, não ter acesso à renda, água e saneamento, não ter uma alimentação adequada e não ter acesso à informação são privações que fazem com que crianças e adolescentes estejam na pobreza multidimensional", explica Santiago Varella, especialista em Políticas Sociais do UNICEF no Brasil.

Entre os aspectos analisados no relatório, há destaque para a piora nos indicadores de educação, em especial o analfabetismo. Em todo o país, a proporção de crianças de sete anos de idade que não sabem ler e escrever saltou de 20% para 40% entre 2019 e 2022.

"De todas as dimensões analisadas, a que mais piorou no País foi a alfabetização, chamando a atenção para a urgência de políticas públicas coordenadas em nível nacional, estadual e municipal para reverter esse quadro", alerta o especialista.

Quanto aos indicadores relativos à cor e raça, a desigualdade foi reduzida nos últimos anos. Em 2019, a diferença no acesso a direitos entre crianças e adolescentes brancos quando comparativo aos negros era de 22%. Em 2022, a diferença foi reduzida para pouco mais de 20%.

Fonte: g1.RN

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