13º deve ser usado para reserva e quitar dívidas, diz economista

A segunda parcela do décimo terceiro salário deve estar disponível na conta dos trabalhadores até a próxima segunda-feira (20). Com mais dinheiro no bolso, muita gente faz planos para ampliar o consumo no final do ano, em razão, especialmente, das festas e confraternizações deste período. De acordo com uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em parceria com a Offerwise, em 2023, 33% dos trabalhadores brasileiros que têm direito à gratificação, pretendem usar o dinheiro para as compras do Natal.

A capital potiguar, segundo a CDL Natal, segue tendência nacional e os natalenses, portanto, devem utilizar o dinheiro extra para fazer compras e quitar dívidas, de acordo com a entidade. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a economia do Rio Grande do Norte deve receber, até o final de 2023, um incremento de R$ 3,25 bilhões, em razão do pagamento do décimo.

Para o economista Robespierre do Ó, apesar do dinheiro a mais na conta, é importante ficar atento. Na avaliação dele, é preciso se programar para fazer uso eficiente do 13º. "Com um bom planejamento financeiro, o décimo serve para fazer uma poupança, que fica como uma reserva de emergência. Essa reserva é o dinheiro que será utilizado nos momentos de maior necessidade, como em casos de desemprego ou doença, dentre outros", ensina o especialista.

Na impossibilidade de fazer a reserva, o ideal, segundo Robespierre do Ó, é que as pessoas usem a gratificação para sanar dívidas. "Dá para pegar o dinheiro do décimo para cobrir o cheque especial. Isso pode facilitar as coisas, porque a pessoa já deixa de pagar juros importantes. A dica aqui é reunir as dívidas com juros maiores e priorizá-las. Depois, se possível, o trabalhador quita as contas menores, porque elas vão dar um incentivo psicológico positivo", especifica o economista.

Robespierre do Ó alerta que o planejamento também serve para depois do pagamento de dívidas. "Não adianta quitar hoje e amanhã fazer tudo [se endividar] de novo", diz. Ele afirma que utilizar o décimo para comprar presentes, conforme pretende fazer boa parte dos brasileiros, pode não ser a melhor opção a depender da situação financeira de cada consumidor. "As pessoas compram muito nesse período, mas esquecem que em janeiro começa tudo de novo e não é interessante iniciar o ano com dívidas. Não é à toa que mais de 70% das famílias brasileiras estão endividadas", aponta.

No Rio Grande do Norte, segundo o Dieese, 1,2 milhão de trabalhadores devem receber o 13º, com uma média de R$ 2.358,01 por pessoa. O número equivale a 1,4% do total que terá acesso ao benefício no Brasil. No País, R$ 291 bilhões devem circular na economia com o 13º de 2023. O montante representa aproximadamente 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.