O que se sabe e o que falta esclarecer sobre as mortes de advogada e cliente na saĂ­da de delegacia no RN

PolĂ­cia Civil do Rio Grande do Norte investiga o crime, ocorrido na terça-feira (29), a cerca de 600 metros da delegacia da cidade de Santo Antônio.

Por Rogerio Magno em 01/02/2024 às 15:38:21
Advogada e cliente dela, suspeito de matar vaqueiro, foram mortos a tiros Â- Foto: Divulgação

Advogada e cliente dela, suspeito de matar vaqueiro, foram mortos a tiros ïżœ- Foto: Divulgação

A morte da advogada Brenda dos Santos Oliveira, de 26 anos, e do cliente dela, Janielson Nunes de Lima, de 25, estĂĄ sendo investigada pela Polícia Civil do Rio Grande do Norte

Os dois foram mortos a tiros na tarde de terça-feira (30) no Centro da cidade de Santo Antônio, na Região Agreste do Rio Grande do Norte, a cerca de 600 metros da delegacia do município.

Veja o que se sabe sobre o caso e o que falta esclarecer

  1. O que aconteceu?
  2. O que eles faziam na delegacia?
  3. Para onde a advogada e o cliente iam?
  4. Quem estava no carro?
  5. Quem era o alvo?
  6. Quem são o autores dos disparos?
  7. Havia provas contra Janielson?
  8. Janielson tinha antecedentes criminais?
  9. Brenda conhecia o cliente?
  10. A advogada trabalhava na ĂĄrea criminal?
  11. O que diz a OAB?
  12. E o caso do vaqueiro?

1. O que aconteceu?

Brenda Oliveira e o cliente dela, Janielson de Lima, também conhecido como Gordinho da Batata, haviam acabado de sair, no carro dela, da Delegacia de Santo Antônio, quando foram alvo de disparos de quatro criminosos em duas motocicletas. A advogada e o cliente morreram na hora.

O veículo ainda colidiu com um ônibus em seguida. O crime aconteceu a cerca de 600 metros da delegacia.

2. O que eles faziam na delegacia?

De acordo com a Polícia Civil, o cliente de Brenda, Janielson de Lima, conhecido como Gordinho da Batata, era suspeito de ter matado o vaqueiro João Victor Bento da Costa, de 19 anos, durante uma vaquejada no domingo (28).

Janielson havia sido detido na terça-feira (30) pela Polícia Militar de Arez, cidade distante cerca de 30 quilômetros, em uma feira livre que trabalhava, e foi levado para a Delegacia de Santo Antônio.

A Polícia Civil, no entanto, não tinha até aquele momento provas suficientes que o ligassem ao crime, nem mandado de prisão. Por isso, ele foi solto. A PM informou que realizou a prisão por suspeitar que ele ainda pudesse estar com o flagrante em vigĂȘncia.

3. Para onde a advogada e o cliente iam?

De acordo com o delegado da Delegacia de Santo Antônio, Thyago Batista, a advogada havia saído naquele momento da delegacia ia junto com o cliente em direção a um bar - que Janielson alegava estar no momento em que o vaqueiro foi morto.

A intenção era ver se o estabelecimento possuía câmeras de segurança e pedir ao delegado para solicitar essas imagens.

4. Quem estava no carro?

Além de Janielson e a advogada, estavam no carro a mãe, uma irmã e uma amiga de Janielson - todas no banco de trĂĄs. As trĂȘs sobreviveram ao tiros sem ferimentos mais graves, de acordo com a Polícia Civil. A mãe de Janielson chegou a tomar um tiro de raspão na perna.

5. Quem era o alvo?

Segundo o delegado Thyago Batista, os criminosos que cercaram o carro tinham a intenção de matar Janielson. Ele acredita que a advogada Brenda Oliveira "provavelmente não era alvo" dos criminosos.

O delegado disse que a advogada havia sido contratada pela família quando Janielson jĂĄ havia sido conduzido à Delegacia de Santo Antônio. Brenda havia tirado o registro da carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em 2022.

6. Quem são o autores dos disparos?

A Polícia Civil investiga quem são os autores dos disparos que mataram a advogada e o cliente. O que se sabe neste início de investigação é que o crime foi cometido por pelo menos quatro criminosos que estavam em duas motos - todos com capacete. O delegado de Santo Antônio vai investigar se havia ainda um outro veículo dando suporte ao quarteto e se hĂĄ câmeras de monitoramento na região que flagraram o crime.

7. Havia provas contra Janielson?

O delegado de Santo Antônio disse que Janielson de Lima, cliente da advogada, estava sendo acusado nas redes sociais pela morte do vaqueiro João Victor e, que, por isso, o investigado foi à delegacia sozinho na segunda-feira (29), um dia antes de ser morto. Ele negou o crime e disse que estava em um bar no momento do assassinato.

O delegado Thyago Batista disse que não ouviu o suspeito oficialmente na segunda-feira e decidiu reagendar o depoimento para levantar mais informações sobre o caso. No dia seguinte, ele foi morto.

8. Janielson tinha antecedentes criminais?

Janielson, o Gordinho das Batatas, jĂĄ havia tido contra ele registros de uma medida protetiva por ameaça a uma ex-companheira e um Termo Circunstaciado de OcorrĂȘncia (TCO) por empinar moto, segundo a Polícia Civil.

9. Brenda conhecia o cliente?

De acordo com a sócia de Brenda, Ilanna Arquilino, a amiga não conhecia Janielson. Ela contou que o trabalho tinha sido indicação de uma prima de Brenda.

10. A advogada trabalhava na ĂĄrea criminal?

A advogada Brenda dos Santos Oliveira trabalhava na ĂĄrea do direito trabalhista e estava começando a entrar na ĂĄrea criminal, segundo a sócia dela, Ilanna Arquilino. Segundo a amiga, Brenda, inclusive, relatou estar "nervosa" com o caso que assumiria, relacionado a Janielson.

As sócias também iriam abrir um novo escritório nos próximos dias.

11. O que diz a OAB?

A OAB-RN decretou luto de trĂȘs dias. Em nota, a Ordem comunicou que requereu ao secretĂĄrio de Segurança Pública do Estado, Coronel Francisco Araújo, o acompanhamento rigoroso das investigações, e também designou que uma comissão acompanhe o inquérito policial.

A OAB também informou que vai prestar assistĂȘnca à família de Brenda. "O crime contra uma advogada em seu exercício profissional, além de uma violĂȘncia bĂĄrbara, é um ataque direto ao Estado DemocrĂĄtico de Direito", disse em nota.

12. E o caso do vaqueiro?

A morte do vaqueiro João Victor Bento da Costa, de 19 anos, da qual Janielson era suspeito, segue sendo investigado e, segundo a Polícia Civil, hĂĄ outras linhas de investigação. O delegado Thyago Barbosa disse que a polícia ainda não sabe a motivação do crime.

Fonte: g1.RN

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