Cientistas dizem que a Lua está encolhendo; entenda

À medida que o núcleo da Lua esfria e encolhe, sua superfície desenvolve rugas que criam "terremotos lunares"

Por Rogerio Magno em 02/02/2024 às 16:03:25
Interesse no polo sul lunar aumentou no ano passado após missão indiana Foto: David Trood/Getty Images

Interesse no polo sul lunar aumentou no ano passado após missão indiana Foto: David Trood/Getty Images

De acordo com uma nova pesquisa, a região da Lua que está no centro de uma nova corrida espacial internacional porque pode conter água gelada, pode ser menos hospitaleira do que se imaginava.

O interesse no polo sul lunar aumentou no ano passado, quando a missão indiana Chandrayaan-3 fez a primeira aterragem suave bem sucedida na área, poucos dias depois da nave espacial russa Luna-25 ter caído a caminho para tentar o mesmo feito. A Nasa selecionou a região como local de pouso para sua missão Artemis III, que poderá marcar o retorno dos astronautas à Lua já em 2026, e a China também tem planos de criar futuros habitats lá.

Mas agora um estudo financiado pela Nasa despertou um alerta: à medida que o núcleo da Lua arrefece e encolhe gradualmente, a sua superfície desenvolve rugas – como uma uva murchando e transformando-se numa passa – que criam "terremotos lunares" que podem durar horas, bem como deslizamentos de terra.

Tal como o resto da superfície de satélite natural, a área do polo sul – que é objeto de tanto interesse – é propensa a estes fenômenos sísmicos, representando potencialmente uma ameaça para futuros colonos humanos e equipamentos.

"Isso não é para alarmar ninguém e certamente não para desencorajar a exploração daquela parte do polo sul da Lua", disse o principal autor do estudo, Thomas R. Watters, cientista sênior emérito do Centro da Terra do Museu Nacional do Ar e do Espaço e Estudos Planetários, "mas para alertar que a Lua não é este lugar benigno onde nada está acontecendo".

A lua encolheu cerca de 45 metros de circunferência nos últimos milhões de anos – um número significativo em termos geológicos, mas pequeno demais para causar qualquer efeito cascata na Terra ou nos ciclos de marés, segundo os pesquisadores.

Na superfície lunar, porém, a história é diferente. Apesar do que a sua aparência possa sugerir, a Lua ainda tem um interior quente, o que a torna sismicamente ativa.

"Há um núcleo externo que está derretido e esfriando", disse Watters. "À medida que esfria, a Lua encolhe, o volume interior muda e a crosta tem que se ajustar a essa mudança – é uma contração global, para a qual as forças das marés na Terra também contribuem."

Fonte: CNN BRASIL

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