Lives, uso de inteligĂȘncia artificial e posicionamento de artistas: o que vai mudar jĂĄ para as eleições 2024

Tribunal Superior Eleitoral regulamentou modificações para o pleito eleitoral deste ano; shows de artistas para arrecadar verbas para campanhas Ă© uma das novidades

Por Rogerio Magno em 05/03/2024 às 09:49:23
Erick Pereira, advogado eleitoral, falou sobre responsabilidade das empresas. Foto: Arquivo

Erick Pereira, advogado eleitoral, falou sobre responsabilidade das empresas. Foto: Arquivo

Com o avanço de tecnologias, o cenĂĄrio polĂ­tico também costuma sofrer alterações. Para o pleito eleitoral deste ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) regulamentou modificações como, por exemplo, o uso de inteligĂȘncia artificial, impulsionamentos de materiais nas redes sociais, a divulgação de informações falsas – as chamadas fake news – e também as lives, cada vez mais utilizadas para conseguir maior alcance. Posicionamento de artistas e também promoção de shows para arrecadar dinheiro para campanhas também estĂĄ permitido.

De acordo com o especialista, existem vĂĄrias ferramentas que podem monitorar lives com objetivo de propaganda eleitoral. Segundo ele, o ideal é comunicar a realização. "Sendo ato de campanha, as lives produzidas com finalidade de campanha, serão sindicĂĄveis. A fiscalização é do MP, da PF, dos fiscais, do pardal do TRE? Não, é do próprio cidadão, do eleitor. Qualquer eleitor pode fazer essa comunicação e ela ser analisada pela Justiça Eleitoral. O que se sugere é que nas lives que forem produzidas, é que sempre faça a comunicação que estão sendo produzidas para que não haja nada escondido da Justiça Eleitoral. A Live é como comĂ­cios", explicou.

Outra questão relacionada às mĂ­dias digitais e que ganhou atenção especial pela Justiça Eleitoral, estĂĄ relacionada ao impulsionamento de conteĂșdos em redes sociais. "Tem que ter muito cuidado com impulsionamentos até para não caracterizar nem gasto ilĂ­cito, nem abuso de poder econômico, porque essa foi a grande preocupação com aquele caso clĂĄssico da senadora Selminha, que gastou muito mais com Facebook antes da campanha do que durante a própria campanha, e terminou sendo cassada", exemplificou o advogado.

Ainda no âmbito digital, outra questão diz respeito às notĂ­cias falsas, ou fake news, utilizadas principalmente com o objetivo de difamar candidatos. De acordo com o especialista, as empresas responsĂĄveis – as gigantes de tecnologia responsĂĄveis pelas redes sociais – serão penalizadas se não cumprirem com a lei.

"O eleitor não pode impulsionar notĂ­cias inverĂ­dicas, porque ele vai ser responsabilizado. E os provedores tĂȘm obrigação imediata de retirar quando for notificado que aquela notĂ­cia é ofensiva, caluniosa ou fake news. Se eles não retirarem dentro do prazo que a Justiça fornecer, eles passam a ser responsĂĄveis, igualmente, pelo candidato. Se ele não desindexar, serĂĄ responsĂĄvel solidariamente igual ao que estĂĄ impulsionando", afirmou.

Com base no aumento de ferramentas digitais, o especialista apontou que a Justiça Eleitoral se atualizou a ponto de conseguir rastrear as ações na internet e chegar até os responsĂĄveis. "Todos os órgãos de controles dentro dessa sincronia que estão vivendo, PolĂ­cia Federal, Ministério PĂșblico, TCU, TCE, estes órgãos de controle e a própria justiça com seus auditores internos da justiça eleitoral, tĂȘm todas as condições de identificar os impulsionamentos. Acabou aquela história de "vou colocar lĂĄ de Singapura ou da China". Não tem mais isso porque a PolĂ­cia Federal com os mecanismos, a partir do inquérito das fake news, desenvolveu vĂĄrias ferramentas de controle que dão sindicabilidade a todos estes usos, seja para irregularidades ou cometimento de algum crime", adiantou.

Posicionamento de artistas e shows

Com forte poder de influĂȘncia sobre o eleitorado, artistas também poderão se posicionar a favor de polĂ­ticos. De acordo com Pereira, esta é uma liberdade maior de manifestação. "As opções polĂ­ticas de cada artista é uma liberdade maior de manifestação, foi o caso clĂĄssico de Pabllo Vittar [que apoiou Lula no Ășltimo pleito]. VocĂȘ não pode receber para declarar. Mas de forma espontânea, isso não tem problema. Do mesmo modo, vocĂȘ tem que ter cuidado com o uso das mĂșsicas destes artistas. VocĂȘ pode até usar na campanha, mas terĂĄ que pagar direitos autorais", analisou.

Outro aspecto permitido, segundo Erick Pereira, é com base na realização de shows. Os conhecidos "showmĂ­cios", com aspecto eleitoral, não são permitidos. Mas agora hĂĄ uma nova possibilidade. "VocĂȘ pode fazer grandes shows, desde que não seja shows eleitorais, mas que sejam shows para arrecadar para a campanha eleitoral. Se vocĂȘ fizer um show para arrecadar aqueles fundos, mas que não utilize como propaganda eleitoral, ele é possĂ­vel ser feito, o que antes não poderia", finalizou.

Fonte: Portal Agora RN

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