Homem é morto durante protesto contra golpe militar em Mianmar

Por Rogerio Magno em 20/02/2021 às 10:01:28

Reuters

A repressão a um protesto contra o golpe militar em Mianmar deixou ao menos um morto neste sábado (20), informou o serviço de emergências birmanês.

A vítima, um homem, morreu com um ferimento na cabeça, noticiou o site "The Voice of Myanmar". Ele estaria no meio de um confronto entre policiais e estivadores no porto de Mandalay.

Ao menos uma dezena de pessoas teria sido encaminhada com ferimentos graves para hospitais da região, isso depois que os agentes dispararam contra os manifestantes.

Homem é ferido em protesto contra o golpe militar de Mianmar, em Mandalay, em foto de 20 de fevereiro de 2021

Reuters/Stringer

Serviço de emergência trata de manifestantes feridos em protestos contra golpe militar de Mianmar em 20 de fevereiro de 2021

Reuters/Stringer

Protestos vêm se espalhando pelo país desde o golpe militar no início do mês, eles são – em sua maioria – pacíficos. Os manifestantes costumam carregar cartazes com mensagens incentivando atos de desobediência civil.

ENTENDA: O golpe militar em Mianmar

Alegando fraude eleitoral, uma junta militar tomou o poder em 1º de fevereiro, após prender a cúpula do governo e a maior liderança política de Mianmar, Aung San Suu Kyi.

Nos últimos dias, houve uma escalada na repressão para tentar conter os atos. O governo proibiu concentrações, mobilizou veículos blindados, e efetuou prisões noturnas contra opositores.

Homem mostra cartuchos de balas que teriam sido disparadas durante protesto contra o golpe militar em Mianmar, em foto de 20 de fevereiro de 2021

Reuters/Stringer

Na sexta (19), a primeira morte por conta da repressão foi registrada. A jovem Mya Thwe Thwe Khine levou um tiro de metralhadora enquanto protestava.

De acordo com a análise de vídeos e imagens de diversas organizações humanitárias, a jovem foi baleada quando tentava sair da linha de frente de uma manifestação que estava sendo dispersada com canhões de água pela polícia.

VÍDEO: Jovem morta pela polícia é homenageada em Mianmar

Centenas de detidos

O regime militar tem continuado a prender aliados de Aung e manifestantes, para tentar desmobilizar as manifestações contra o regime imposto no início do mês.

A Associação de Ajuda a Presos Políticos (AAPP), com sede em Yangon, relatou mais de 520 detenções desde o golpe militar.

Aung, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz de 75 anos, não é vista desde sua prisão domiciliar. Formalmente, ela está sendo acusada por motivos não políticos, como a importação ilegal de walkie-talkies e de ter violado "a lei sobre a gestão de catástrofes naturais".

A previsão é que a líder birmanesa compareça à Justiça em 1º de março.

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Fonte: G1

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