Encontro de astrofotografia produz imagens fantásticas do céu do sertão nordestino

Por Rogerio Magno em 15/10/2021 às 12:25:37

Embora Júpiter e Saturno também estivessem visíveis durante boa parte da noite, os planetas não são alvos preferenciais dos astrofotógrafos do EPA!. Isso porque, como são objetos muito luminosos, podem ser registrados da cidade sem grandes problemas. O céu escuro do Sertão favorece mesmo o registro de objetos mais tênues, que a poluição luminosa das cidades não nos permite observar.

O céu da zona rural de Maturéia, uma pequena cidade do Sertão Paraibano, é especialmente favorável para a observação da nossa galáxia, a Via Láctea. Lá ela pode ser vista facilmente a olho nu, como uma mancha leitosa que corta todo o céu e é formada pela luz de bilhões de estrelas e de imensas nuvens de poeira circundando o centro galáctico. Para muitos dos participantes do encontro, aquela foi a primeira oportunidade de ver e de registrar a Via Láctea através de suas câmeras e celulares.

Via Láctea sobre ruínas de antigo engenho
Via Láctea sobre ruínas de antigo engenho. Créditos: Josimar Matos

Outras três galáxias também estavam visíveis a olho nu: a Pequena e a Grande Nuvem de Magalhães, que são galáxias irregulares nas periferias da Via Láctea, e a Galáxia de Andrômeda, distante 2,5 milhões de anos-luz da Terra.

Galáxia de Andrômeda e céu estrelado acima do Casarão do Jabre
Galáxia de Andrômeda e céu estrelado acima do Casarão do Jabre. Créditos: Eneida Pereira

A segunda metade das duas noites foi marcada pelo surgimento da Constelação de Órion a Leste. Acompanhada dos aglomerados abertos das Plêiades e das Híades, em Touro, Órion é sempre um dos alvos mais visados na astrofotografia. É lá onde fica a Grande Nebulosa de Órion, a maior nebulosa visível a olho nu do céu, formada por nuvens de poeira e gases ionizados, brilhando e refletindo a luz de um sistema estelar quádruplo no centro da nebulosa.

Constelação de Órion e Nebulosa de Órion
Constelação de Órion e Nebulosa de Órion. Créditos: Marcelo Zurita

Uma grande vantagem de fotografar o céu a partir do Sertão Nordestino é a proximidade da Linha do Equador, o que permite registrar constelações e objetos astronômicos do Hemisfério Norte Celeste que são pouco acessíveis do Sul do país. Destacam-se a Nebulosa do Coração, na Constelação de Cassiopéia, e o complexo de nebulosas do Cisne fotografados nesta edição do encontro.

Complexo de Nebulosas do Cisne
Complexo de Nebulosas do Cisne. Créditos: Caio Vinícius

Desde 2013, o evento é realizado anualmente no Casarão do Jabre em Maturéia, na Paraíba. O local foi escolhido por possuir um dos céus mais escuros do Estado e também por oferecer toda infraestrutura necessária para o evento, como local para observação com energia elétrica para os equipamentos. Ao longo dos anos, o Casarão do Jabre foi se adequando ainda mais para receber o encontro, e hoje, já conta com uma ampla praça de observação com toda estrutura necessária para montagem e permanência dos equipamentos durante todo o período do evento.

Praça de Observação do Casarão do Jabre
Praça de Observação do Casarão do Jabre. Créditos: Eneida Pereira

Mas as observações e as fotografias não se limitam à estrutura do Casarão. Trilhas noturnas são organizadas durante as noites, permitindo que os participantes registrem o fantástico céu de Maturéia em composição com as belas paisagens do Sertão Nordestino.

Pedra do Caboclo sob céu estrelado registrada durante trilha noturna
Pedra do Caboclo sob céu estrelado registrada durante trilha noturna. Créditos: Felipe Sérvulo

Este ano, o Encontro Paraibano de Astrofotografia contou com o apoio do Olhar Digital, e para aqueles que não puderam comparecer, o Programa Olhar Espacial da última sexta-feira mostrou um pouquinho do EPA! com imagens ao vivo do céu. Vale a pena conferir:

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Fonte: Olhar Digital

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