Hariri assume o posto de primeiro-ministro cerca de um ano após ter deixado o mesmo cargo. País vive crise política e econômica agravada pela pandemia e pela explosão no porto de Beirute. Saad Hariri dá entrevista coletiva após ser nomeado primeiro-ministro do Líbano em 22 de outubro de 2020, cerca de um ano após deixar o mesmo cargo
Mohamed Azakir/Reuters
Saad Hariri, que já exerceu o cargo primeiro-ministro do Líbano, foi novamente eleito pelos deputados do país para assumir o mesmo posto. Nomeado nesta quinta-feira (22), ele prometeu formar um governo de especialistas.
Ele havia deixado o cargo há um ano, após ter sido pressionado por manifestações nas ruas que pediam uma renovação da classe política. Agora, tem a tarefa de formar uma equipe de governo em um país mergulhado na crise econômica.
Primeiro-ministro do Líbano, Saad al-Hariri sai de coletiva de imprensa após renunciar em 2019
Mohamed Azakir/Reuters
Desta vez, Hariri foi eleito por uma maioria de 65 deputados. Ele se reuniu com Michel Aoun, o presidente do Líbano, nesta quinta-feira (21).
Após a nomeação, Hariri se comprometeu a montar um governo de especialistas que façam reformas econômicas e administrativas.
"O tempo é curto e o país tem uma única e última oportunidade", afirmou em um discurso exibido na televisão.
Desde quarta-feira, dezenas de pessoas protestam nas ruas de Beirute contra o político.
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Cristãos e Hezbollah
Hariri enfrentará uma crise bancária, uma desvalorização cambial, o aumento da pobreza e a dificuldade para pagar dívidas.
Também terá que conter a alta de infecções de Covid-19 e as consequências da megaexplosão no porto de Beirute, em agosto, que causou 200 mortes e deixou um prejuízo de bilhões de dólares.
Hariri, de 50 anos, já foi primeiro-ministro três vezes desde 2009. Esse é um cargo reservado aos muçulmanos xiitas no sistema de poder do Líbano.
Ele era o único candidato ao cargo, e foi apoiado pela maioria dos parlamentares.
O movimento xiita Hezbollah disse que não iria nomear ninguém e nem votar em Hariri, mas facilitaria o processo. Os cristãos também não votaram nele.