Presidente da Itália diz querer governo com ampla base de apoio e deve convocar ex-chefe do Banco Central Europeu para formar maioria

Por Rogerio Magno em 02/02/2021 às 19:28:50
Negociações para ressuscitar a antiga coalizão governista fracassaram. Imprensa italiana diz que economista Mario Draghi deverá ser chamado para formar um novo governo. Presidente da Itália, Sergio Mattarella, discursa no Palácio Quirinale, em Roma, nesta terça-feira (2)

Paolo Giandotti/Presidential Palace/Handout via Reuters

O presidente da Itália, Sergio Mattarella, disse nesta terça-feira (2) que quer indicar um novo governo esperando receber um apoio amplo no Parlamento, depois que negociações com o objetivo de ressuscitar a coalizão anterior fracassaram.

Mattarella, o árbitro supremo da política italiana, afirmou que não gostaria de convocar eleições antecipadas, argumentando que o país precisa de um governo forte para lidar com a pandemia do coronavírus e para elaborar planos de recuperação para a economia.

Como resultado, o presidente disse que quer um governo de "alto perfil" para assumir o poder, de maneira que seja possível conseguir apoio além das divisões partidárias para lidar com a atual emergência sanitária. Tal governo seria quase certamente liderado por um tecnocrata.

Mattarella convocou o economista Mario Draghi para uma reunião na quarta-feira. Segundo a imprensa italiana, ele, que é ex-presidente do Banco Central Europeu, deverá receber do presidente o pedido para que tente formar um novo governo para a Itália.

Crise política e renúncia de premiê

Giuseppe Conte gesticula durante sessão do Parlamento em Roma, em 19 de janeiro de 2021

Yara Nardi/Reuters

No poder desde 2018, o primeiro-ministro Giuseppe Conte entregou pedido de renúncia ao presidente do país há uma semana. O político já havia sinalizado que deixaria o cargo após perder a maioria no Senado.

O partido de centro Itália Viva, liderado pelo ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, deixou a coalizão por discordâncias pela maneira como o governo lidou com a crise do coronavírus e a recessão econômica. Uma das principais reclamações de Renzi é que Conte tomou decisões sobre a pandemia sem passar pelo Parlamento, com base em relatórios de técnicos que não foram eleitos.

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Não foi a primeira vez que Conte renunciou. Em 2019, ele perdeu a maioria do Congresso depois que a Liga, um partido da extrema-direita que formava a coalizão de governo, apresentou uma moção de desconfiança.

Ele foi reconduzido ao poder nove dias depois, ao conseguir formar uma coalizão que incluía os partidos rivais Movimento 5 Estrelas (M5E) e Partido Democrata (PD), de centro-esquerda. Assim, evitou-se a convocação de novas eleições naquele ano.

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Fonte: G1

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